quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Pequena Abelha - Chris Cleave

Essa é a história de duas mulheres cujas vidas se chocam num dia fatídico. Então, uma delas precisa tomar uma decisão terrível, daquelas que, esperamos, você nunca tenha de enfrentar. Dois anos mais tarde, elas se reencontram. E tudo começa… Depois de ler esse livro, você vai querer comentá-lo com seus amigos. Quando o fizer, por favor, não lhes diga o que acontece. O encanto está sobretudo na maneira como essa narrativa se desenrola. 






Repassando...
Antes de mais nada, o que se pode comentar de um livro que li completamente despreparada? A magia de Pequena Abelha reside exatamente no desconhecido. Sua sinopse não revela nada além do necessário: essa é a história de duas mulheres que não tem nada em comum que se cruzaram em um dia fatídico. Uma delas teve de tomar uma terrível decisão. Até que, dois anos mais tarde, elas se reencontram. E esse é o ponto de partida dessa história, que será adaptado para os cinemas com Nicole Kidman dando vida a uma dessas duas mulheres.
Pequena Abelha é trágico e doloroso. Até em seus momentos de humor, a história dói, como se você estivesse sendo perfurado por centenas de agulhas.

A escrita é magnífica. Difícil achar um autor contemporâneo que seja tão bom em narrar sentimentos tão trágicos de forma tão bela. O único porém é que ele é longo: capítulos e parágrafos compridos demais que atrapalham o ritmo da leitura.
Não espere um livro simples e rápido de ser lido: ele é para ser deliciado palavra por palavra. Feche-o quando não aguentar mais. Leia durante um tempo e depois guarde-o na prateleira, abra algo leve e depois volte para ele. Não sinta-se intimidado a terminá-lo logo, pois essa lentidão em sua leitura, essa apreciação dos fatos, é o que torna ainda mais cativante e reflexivo.
Pequena Abelha é um livro sobre escolhas brutais que mudam o curso da vida. É sobre realidades que se chocam e pessoas que não se parecem. Acima de tudo, é um livro onde as diferenças sociais, étnicas e culturais mostram suas garras, trazendo, através de duas personagens distintas, pontos de vistas diferentes sobre uma mesma cultura e uma mesma história. O psicológico dos personagens é explorado. Um novo olhar sobre o que consideramos banal é trazido por uma das personagens.
Existe algo indescritível em Pequena Abelha. Algo que só pode ser compreendido quando ele é aberto e apreciado, palavra por palavra. Com certeza, um dos melhores livros que li no ano. Mas não acho que seja um livro que todos vão apreciar. Mas, se você quer se arriscar, vá preparado para uma história com tons trágicos, dolorosa. Mas não se esqueça que essas páginas guardam uma preciosidade, prestes a ser revelada para aqueles que se aventurarem por suas páginas. Em duas palavras? Dolorosamente fantástico.

“Não se pode enxergar além do dia porque vocês levaram o amanhã. E porque vocês tem o amanhã diante de seus olhos, não enxergam o que está sendo feito hoje.”

“Do meu país vocês tiraram o futuro e para meu país vocês mandaram os objetos de seu passado. Não temos a semente, temos a casca. Não temos o espírito, temos o crânio. Sim, o crânio. É nisso que pensaria se tivesse de dar um nome melhor para meu mundo.”

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Palácio de inverno - John Boyle




Pode-se fugir da história? Será possível viver no anonimato após uma existência de fausto e glória? A vida comum é assim tão diferente da vida pública?
Geórgui Jachmenev passou a vida inteira se debatendo com essas questões, e agora, prestes a perder o grande amor de sua vida, tenta encontrar uma resposta para elas ao refletir sobre seu percurso num século XX que sempre lhe pareceu longo demais.
Seus feitos começaram cedo: aos dezesseis anos, em ação impulsiva e atabalhoada, o rapaz impediu um atentado contra a vida de ninguém menos que o grão-duque Nicolau Nicolaievitch, irmão do czar Nicolau II, que, agradecido, nomeou Geórgui o guarda-costas oficial de seu filho Alexei, destinado a ser o próximo czar. Uma reviravolta impressionante, que o levou da taiga russa para o fausto dos palácios moscovitas, cenário que, apesar da amplidão e luxo de seus imensos corredores, iria se revelar bem mais inóspito que os frios grotões de sua vida anterior.
A dura experiência com esse mundo gélido de intrigas palacianas, às quais sempre era jogado contra sua vontade, e de grandes tensões e responsabilidade só foi apaziguada com a chegada do primeiro amor, Zoia. Mas os tempos eram agitados, e a história deixou pouco espaço para idílios: quando a Revolução Bolchevique tomou de assalto o país, e isolou toda a família do czar numa casa de campo nos arredores de Ekaterinburg, mais uma vez Geórgui teve de agir rápido a fim de salvar a si e a Zoia. A vida com ela lhe custaria pátria, família e prestígio, e ele jamais se arrependeu disso - mas e para Zoia, o que teria custado?
Numa narrativa fascinante, em que presente e passado vão convergindo em capítulos alternados, da Inglaterra dos anos Thatcher para a época dos czares russos, e dos anos difíceis da Segunda Guerra Mundial para o turbilhão da Revolução Bolchevique, acompanhamos Geórgui em meio a acontecimentos históricos decisivos que acabam por se revelar mero pano de fundo para uma história de amor que esconde um grande mistério, talvez maior mesmo que a própria história.

fonte: http://companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=12868 


de acordo...
Uma obra prima!!!
Para ler mais resenha como essa acesse: www.orestaurantedofim.blogspot.com

O livro conta a história de Geórgui Jachmenev, um homem de idade avançada e que nos últimos dias de vida de sua esposa começa a relembrar a sua vida. Ele narra alguns fatos da sua infância, mas a grande história da sua vida começa com um acidente. Em uma uma aldeia pobre e esquececida na Rússia de 1914 (época da 1° guerra mundial), ele sem querer salva a vida do primo de Czar ao tentar evitar que o seu amigo de infância faça a loucura de atirar no grão-duque Nicolau, O Alto.


Depois desse ato, que resulta no morte de seu amigo, ele é levado para São Petesburgo e começa a trabalhar como guarda-costa de Alexei, o filho mais novo e único homem do Czar. Lá ele conhecerá, o amor e todas as consequências que isso trás.


Eu não tenho palavras para descrever esse livro. Honestamente. Tudo o que eu falar multipleque por 3x, porque eu não sou capaz de transmitir a grandeza desse livro.


Primeiro, assim como os outros livros do autor John Boyne ( o menino do pijama listrado), ele foca em um período histórico e coloca um personagem fictício no meio de tudo, criando uma nova história, mas nesse livro ele faz isso tão maravilhosamente que você quase deseja que isso seja verdade.


É muito comum analisarmos a história e tirar conclusões apartir do que lemos ou nós foram falados. Sempre vemos os grandes tiranos como pessoas totalmente sem corações. Mas nesse, o último Czar da Rússia, Nicolau II é retratado primeiramente como um humano, um humano tocado por Deus, como era considerado os Czares na Rússia, mas ainda assim um pessoa de carne e osso.


Geórgui é um homem de bom coração, mas ele apresenta os seus defeitos e as suas grandes falhas ao longo da história, seja comprometendo o seu corpo ou algum ente querido. E não só Geórgui, como também todos os personagens envolvidos. Ninguém é 100% santo.


Para quem conhece um pouco a história do último Czar da Rússia e o destino da sua família os Romanov, vai conseguir ver as referências bem no começo, mas para quem não conhece nada, não procure, não ainda. Você terá uma viagem muito maior e mais pura.


E não se preocupe porque vai ser impossível você terminar de ler esse livro sem se sentir impelida a ler alguma coisa sobre o período. Ou sem ter colocado (assim como eu) São Petesburgo na sua lista de "lugares para se ver, antes de morrer".


O livro de Boyne é uma obra-prima, e afirmo isso como toda a minha força, que é um dos melhores livros que já li na vida, porque mesmo hoje, alguns dias após ter lido o livro, sinto as emoções dos personagens ao pensar na história, ao fazer a resenha.


Simplesmente maravilhoso, fico grata de ter escolhido esse livro, para que ele pudesse autografar durante a Bienal, porque agora tenho dois motivos para ter orgulho dessa obra.

O segredo do anel: o legado de Maria Madalena de Kathleen McGowan




Este romance faz-nos embarcar numa viagem de aventura e romantismo, em que um anel é a chave para a descoberta de um segredo com mais de dois mil anos e, até agora, muito bem guardado. Maureen Paschal, jornalista e escritora, decide escrever um livro cujo objectivo é reabilitar o nome de várias mulheres que foram difamadas ao longo dos séculos como Maria Antonieta, Joana d''Arc, Lucrécia Borgia, Maria Madalena, entre outras. Ao viajar para efetuar as pesquisas necessárias para o seu livro não imagina, de modo algum, o que poderá acontecer. Percorre as ruas de Jerusalém, visita as catedrais de Paris e passa pela região do Languedoc, com suas cidades sombrias e recheadas de segredos. A jornalista acaba por se envolver com uma entidade secreta e acredita que vai encontrar os evangelhos de Maria Madalena. 
Como seria o mundo se tivesse sido possível para Maria Antonieta, Joana d'Arc, Lucrécia Bórgia, Maria Madalena e outras mulheres tomar as rédeas do destino, vencer suas guerras e contar a História sob seu ponto de vista? Com 'O segredo do anel - O legado de Maria Madalena', Kathleen McGowan consegue rever os alicerces da História, notadamente da Igreja Católica, e recuperar a importância da participação feminina em momentos decisivos para a humanidade. A protagonista do romance é a jornalista Maureen Paschal que, com a intenção de escrever um livro que faça justiça a personalidades femininas difamadas por razões políticas, corre o mundo em busca de documentos raros que contradigam a História oficial. Sua pesquisa começa em Jerusalém, onde pretende localizar documentos que a ajudem a escrever o capítulo que dedicará a Maria Madalena. Perambulando pelas ruas da Cidade Santa, a pesquisadora se sente atraída por um anel, exposto num antiquário. O anel não está à venda, mas ela estranhamente o recebe de presente do comerciante. Este é o ponto de partida da jornada que leva Maureen das ruas de Jerusalém para as catedrais de Paris e os misteriosos caminhos da região de Languedoc. Repleto de aventura, suspense e romance, o livro joga luz sobre pontos obscuros da História oficial e revê o papel feminino ao longo dos séculos.

A história é sobre uma escritora e jornalista – Maureen (seria a própria autora?) – que busca outros pontos de vista sobre histórias que conhecemos há tempos. Maria Antonieta, rainha da França que tem como estigma a famosa frase “se não têm pão, que comam brioches”; Joana D’Arc, um símbolo cristão, vistas de outra maneira, dentre várias outras mulheres citadas – o que inclui principalmente Maria Madalena, que acaba por tomar conta de todo o livro –, elas têm suas histórias
recontadas pela protagonista.

O mais interessante é quando ela diz: “A história não é o que aconteceu. A história é o que foi escrito”. Realmente, a mulher conseguiu se igualar em direitos ao homem há pouco tempo (se é que chegamos definitivamente mesmo a este patamar). Analisando tudo que conhecemos e sabemos, a sociedade sempre foi machista e durante muitos séculos teve a mulher como ser inferior. Ou seja, contaram as histórias que conhecemos quem podia contá-las: homens, a elite, quem podia comandar a massa. Não digo que sejam pessoas más, mas estes oferecem apenas um ponto de vista para histórias que sempre têm vencedores e perdedores ou ainda grandes companheiros – de igual para igual.


E é aí que o livro fica melhor ainda: Madalena não é uma prostituta como conhecemos na bíblia, mas uma mulher que se casou e teve filhos de Jesus. Os apóstolos não são exatamente como conhecemos: Judas não foi um traidor. João Batista, primo de Jesus, também se intitulou o escolhido – tudo muito m
ais politicagem do que poderíamos acreditar.
O livro faz grandes revelações e se diz ficção, mas eu não duvido que seja uma história real. A mesma história sendo contada por outro ângulo. Talvez mais sincero, talvez menos preconceituoso. Como saberemos?

A decisão de acreditar ou não é sua, mas a leitura vale cada linha.
E se for ler, tenha as obras de Boticelli e de da Vinci à mão. É melhor ainda para ilustrar seus pensamentos e seus credos, enquanto devora o livro.
fonte: http://blogdagabi.vesoloski.eti.br/2007/03/o-segredo-do-anel-o-legado-de-maria.php 

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