segunda-feira, 23 de abril de 2012

23 de abril - Dia mundial do livro


O Dia Mundial do livro foi instituído pela Unesco em 1996.
"O livro constitui um meio fundamental para conhecer os valores, os saberes, o senso estético e a imaginação humana. Como vetores de criação, informação e educação, permitem que cada cultura possa imprimir seus traços essenciais e, ao mesmo tempo, ler a identidade de outras. Janela para a diversidade cultural e ponte entre as civilizações, além do tempo e do espaço, o livro é ao mesmo tempo fonte de diálogo, instrumento de intercâmbio e semente do desenvolvimento"
O Dia Internacional do Livro teve a sua origem na Catalunha, uma região semi-autônoma da Espanha. A data começou a ser celebrada em 7 de outubro de 1926, em comemoração ao nascimento de Miguel de Cervantes, escritor espanhol. O escritor e editor valenciano, estabelecido em Barcelona, VicentClavel  Andrés, propuseram este dia para a Câmara Oficial do Livro de Barcelona.
Em 6 de fevereiro de 1926, o governo espanhol, presidido por Miguel Primo de Rivera, aceitou a data e o rei Alfonso XIII assinou o decreto real que instituiu a Festa do Livro Espanhol.
No ano de 1930, a data comemorativa foi trasladada para 23 de abril, dia do falecimento de Cervantes. Mais tarde, em 1995, a UNESCO instituiu 23 de abril como o Dia Internacional do Livro e dos direitos dos autores, em virtude de a 23 de abril se assinalar o falecimento de outros escritores, como JosepPla, escritor catalão, e William Shakespeare, dramaturgo inglês.
"Um país só se faz com homens e livros" Dia Nacional do Livro comemorado  18 de abril, é uma homenagem a Monteiro Lobato, nascido nesta mesma data no ano de 1882.
Seus personagens personagens mais famosos são:Dona Benta, Pedrinho, Narizinho, Tia Anastácia e Emília, a boneca mais esperta do planeta.



O escritor e editor valenciano, estabelecido em Barcelona, VicentClavel Andrés, propôs este dia para a Câmara Oficial do Livro de Barcelona. 

Amar-te é sentimento intransferível
Ler-te é obrigação incontestável
Sem ti o mundo não teria um legado
Onde estariam os tesouros do passado!
Que registram fatos históricos, minados.
Desde o papiro de forma rudimentar
Que acolhe as palavras sem pensar
Cada símbolo que a tinta faz desenho
Cada palavra que da mente é empenho
Recolhe-as com sorriso ferrenho
És um socialista sem fronteiras
Portas abertas a todas as raças
Todas as grafias em campo aberto
Procuram tuas páginas por certo
Para narrar suas dores em deserto
Descrevem paixões e desenganos
Amores verdadeiros ou profanos
Contos, fábulas, crônicas, em prosa
Versos com lirismo da mão carinhosa
Tragédia, que assola vergonhosa
Mesmo sendo o baú dos segredos
Há em tuas páginas mui torpedos
Que para abri-las o coração chora
Com registros que a mente implora
Palavras de sabedoria, amor, agora
Antes privilégio dos afortunados
Hoje virtual pelo mundo adotado
Teu valor é infinito e universal
Nada detém tua força cultural
És meu companheiro uno imortal



O que nos leva a comprar um livro?
Decisões de compra são sempre difíceis, ainda mais quando se tratam de livros, uma vez que eles vão passar conosco um bom tempo, que pode ser de uma semana a alguns meses. Levamos em conta muitos fatores que são de vital importância para a escolha que faremos.
Quando temos uma indicação estamos muito suscetíveis à ideia de comprá-lo e não levamos tanto em consideração fatores externos como o livro em si e suas características.  Porém o problema começa quando não sabemos o que vamos ler e temos que escolher um livro, personagens e uma vida inteira para nos acompanhar. É aí que as decisões se complicam.
A primeira coisa que vemos é a capa, analisamos primeiro suas cores, as pessoas ou personagens presentes, como eles se apresentam e como eles nos fazem sentir. Depois vamos para o título, quando o lemos e vemos como ele completa a imagem e como eles de complementam, qual é a relação e como ela se comunica para nós.
Depois olhamos a parte de trás do livro, para obtermos mais informações sobre a história. E aqui vemos que há vários tipos de contracapas, como por exemplo, temos aquela que não tem nada escrito ou que tem somente uma frase do livro mas que por si só não conta nada sobre a história, ambas normalmente são usadas por livros já consagrados. Outra técnica é comentar um pouco da história juntamente com depoimentos de quem leu o livro, observa-se bastante essa nos livros importados. Também há a que cita um pouco da história e um pouco do autor. A última que eu cito é quando se conta um pouco da história e nos instiga a leitura, o mais comum.
Se o livro nos segurou até ai, observamos as orelhas do livro, que contam mais sobre a história e sobre o autor. Aqui a decisão já está quase tomada. Se faltar alguma coisa, podemos ler a primeira página do livro e ver como ela se apresenta e, se a história nos fizer querer ler o resto, compramos o livro.
A decisão é complexa e depende de muitos fatores, assim como qualquer decisão de compra, mas creio que o livro, por ser uma decisão de um prazo relativamente longo, tomamos mais cuidado e não agimos tanto por impulso.


Levou-me um livro em viagem
não sei por onde é que andei
Corri o Alasca, o deserto
andei com o sultão no Brunei?
P’ra falar verdade, não sei
Com um livro cruzei o mar,
não sei com quem naveguei.
Com marinheiros, corsários,
tremendo de febres e medo?
P’ra falar verdade não sei.
Um livro levou-me p’ra longe
não sei por onde é que andei.
Por cidades devastadas
no meio da fome e da guerra?
P’ra falar verdade não sei.
Um livro levou-me com ele
até ao coração de alguém
E aí me enamorei -
de uns olhos ou de uns cabelos?
P’ra falar verdade não sei.
Um livro num passe de mágica
tocou-me com o seu feitiço:
Deu-me a paz e deu-me a guerra,
mostrou-me as faces do homem
– porque um livro é tudo isso.
Levou-me um livro com ele
pelo mundo a passear
Não me perdi nem me achei
– porque um livro é afinal…
um pouco da vida, bem sei.
O G é um gato enroscado, João Pedro Mésseder

A ilha do tesouro
O meu tesouro é um livro
de folhas gastas, dobradas,
onde ainda brilha o ouro
de palavras encantadas:
guinéus, luíses, dobrões.
Se o abro, à noite, no quarto,
levanta-se um vento leve
que enfuna os lençóis da cama;
cheira a sal, ouvem-se as ondas,
salpicos de espuma volteiam no ar.
Mas já não voam as palavras que voavam
e me arrastavam prò o mar,
o grande mar que é muitos e só um.
Por mais que escute já não ouço
a canção dos marinheiros:
Dez homens em cima da mala do morto…
Iou, ou, ou, e uma garrafa de rum…
Antigamente era outra essa viagem
e era eu o rapaz da estalagem.
Escondido na barrica das maçãs,
escutava o taque-taque
do homem da perna só
e as conversas dos piratas
que passavam no convés:
Com quarenta homens nos
fizemos ao mar,
mas só um, afinal,
se conseguiu salvar.
Faca de punho rachado,
bússola, sabre,
telescópio de latão.
Só o rum é que podia
derrubar o capitão;
mas agora ele está morto
e tem duas moedas de prata
no sítio dos olhos,
um buraco para os peixes
no lugar do coração.
O mar também é abismo
e assombro e perdição.
Com mil diabos!
Icem já a vela mestra,
seus patifes de uma figa!
Já chega de beber rum
e de coçar a barriga.
Depressa! Está na hora de arribar!
Mesmo em frente há uma ilha
que cresceu durante a noite
do outro lado do mar.
Tragam o mapa de Flint,
limpem o pó dos canhões,
sintam o cheiro do ouro.
O vento nos levará
para a ilha do tesouro.
Para a ilha do tesouro!
As palavras que me levem
para a ilha do tesouro
e seja ela onde for.
Quero os meus lábios gretados
pelo sal, pelo calor,
como no tempo em que era jovem
e andava no mar
e era o tempo melhor.
Que aconteceu? Quem sou eu?
Quem lê o livro não é quem o leu?
Onde está o mapa
do tesouro que me deste?
Três cruzes a vermelho,
duas a norte, uma a sudeste.
Agora abro o livro
e não acontece nada.
A minha noite é só medo e frio,
uma terra ressequida
batida por mar nenhum.
Por mais que escute já não ouço
a canção dos marinheiros:
Dez homens em cima da mala do morto…
lou, ou, ou, e uma garrafa de rum.
O Limpa-palavras e outros poemas, Álvaro Magalhães


Ler
Ler sempre.
Ler muito.
Ler “quase tudo”.
Ler com os olhos, os ouvidos, com o tacto, pelos poros e demais sentidos.
Ler com razão e sensibilidade.
Ler desejos, o tempo, o som do silêncio e do vento.
Ler imagens, paisagens, viagens.
Ler verdades e mentiras.
Ler o fracasso, o sucesso, o ilegível, o impensável, as entrelinhas.
Ler na escola, em casa, no campo, na estrada, em qualquer lugar.
Ler a vida e a morte.
Saber ser leitor, tendo o direito de saber ler.
Ler simplesmente ler.
Edith Chacon Theodoro



Era um sonho?

Eram lobos, grilos, corvos,
tartarugas, raposões,
bichas de sete cabeças,
unicórnios e dragões,
dromedários e chacais
e outros bichos que tais.
Eram fadas, bruxas, príncipes,
ogres, fantasmas, meninos,
labirintos e palácios,
minas, grutas e florestas.
Eram ilhas e desertos,
cidades do faroeste,
gelos eternos e selvas
e pirâmides do Egipto.
Mas também havia escolas,
casas ricas, bairros pobres,
esquadras, polícias, ladrões
e gente de muitas nações.
Viajei em aviões,
navios e foguetões,
em botas de sete léguas
e tapetes voadores.
Naveguei em caravelas,
desenterrei um tesouro,
naufraguei nos mares do sul,
vi escravos agrilhoados,
lutei com piratas, vilões
entre pragas, maldições.
Vi o Pinóquio e a Alice,
o Polegarzinho, o Ulisses,
o Simbad e o Ali Babá,
Cinderela, Peter Pan,
Iracema e Iratan,
o lindo Palhaço Verde,
a gorda Dona Redonda,
e a fina Salta-Pocinhas.
Vi a Emília e o Visconde,
Dona Benta, Narizinho, Capuchinho e a avozinha,
o Tom Sawyer, o Jim Hawkins
e a muleta de John Silver
Quando o sonho terminou
e as pálpebras abri,
tinha ao meu lado uma estante
com todos os livros que li.
João Pedro Mésseder


O Livro dos Dias - Legião Urbana

Ausente o encanto antes cultivado
Percebo o mecanismo indiferente
Que teima em resgatar sem confiança
A essência do delito então sagrado
Meu coração não quer deixar
Meu corpo descansar
E teu desejo inverso é velho amigo
Já que o tenho sempre a meu lado
Hoje então aceitas pelo nome
O que perfeito entregas mas é tarde
Só daria certo aos dois que tentam
Se ainda embriagado pela fome
Exatos teu perdão e tua idade
O indulto a ti tomasse como bênção
Não esconda tristeza de mim
Todos se afastam quando o mundo está errado
Quando o que temos é um catálogo de erros
Quando precisamos de carinho
Força e cuidado
Este é o livro das flores
Este é o livro do destino
Este é o livro de nossos dias
Este é o dia de nossos amores

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