sábado, 11 de agosto de 2012

Pedaços literários

“- Vamos lá, Em, ainda somos amigos, não somos? Sei que tenho andado meio estranho, mas é que... – Emma parou, mas não se virou, e Dexter sabia que ela estava chorando. - Emma?
Emma virou-se rapidamente, caminhou até ele e puxou seu rosto contra o dela, o rosto quente e úmido encostado no dele, falando depressa e em voz baixa no seu ouvido, e por um instante de glória Dexter pensou que seria perdoado.
- Dexter, eu te amo muito. Muito, muito, e provavelmente sempre amarei. – Os lábios dela encostaram no rosto dele. – Só que eu não gosto mais de você. Sinto munto.
E assim ela foi embora, e Dexter se viu sozinho naquela viela lateral tentando imaginar o que fazer a seguir.”

"Só o resto das nossas vidas se abrindo a nossa frente - comentou ela sonolenta, sentindo o cheiro dele, morno, fresco e maravilhoso, e ao mesmo tempo com um arrepio de ansiedade percorrendo se corpo ao pensar no que estava por vir: uma vida adulta e independente. Mas ela não se sentia adulta. Não estava preparada, de jeito nenhum. Era como se algum alarme de incêndio tivesse disparado de madrugada e ela se encontrasse no meio da rua com as roupas emboladas no braço. Se não tinha aprendido nada, o que iria fazer? Como preencheria os próximos dias? não tinha a menor ideia. “o negócio era ser corajosa e ousada e realizar alguma coisa”, pensou consigo mesma. Não exatamente mudar o mundo, só um pouco à sua volta. Sair por ai com o diploma com honras de primeiro lugar em duas matérias, muita paixão e a nova máquina de escrever elétrica Smith Corona e trabalhar duro em… alguma coisa. Mudar a vida das pessoas através da arte, talvez. Escrever coisas bonitas. Agradar aos amigos, continuar fiel aos próprios princípios, viver plenamente, bem e com paixão. experimentar coisas novas. Amar e ser amada, se possível. Comer com moderação. Coisas assim."

NICHOLLS, David. Um dia.

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