Deus sempre dá uma segunda chance na vida. Paulo Coelho
quarta-feira, 25 de julho de 2012
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Dia da amizade - 20 de julho
Amizade (Vanessa da Mata)
Música sobre amizade O mundo hoje está carente de amigos
As pessoas andam e correm...
O mundo hoje está carente de amigos
As pessoas andam e correm...
Poucos encontram um tempo para sorrir, amar, brincar, compreender e sonhar
Sonhe com o que é bom
Acorde e ame
Compreenda seus amigos, ajude com soluções e problemas
Brinque com seus filhos
Sonhe com o que é bom
Acorde e ame
Compreenda seus amigos, ajude com soluções e problemas
Brinque com seus filhos
Seja Feliz.
As pessoas andam e correm...
O mundo hoje está carente de amigos
As pessoas andam e correm...
Poucos encontram um tempo para sorrir, amar, brincar, compreender e sonhar
Sonhe com o que é bom
Acorde e ame
Compreenda seus amigos, ajude com soluções e problemas
Brinque com seus filhos
Sonhe com o que é bom
Acorde e ame
Compreenda seus amigos, ajude com soluções e problemas
Brinque com seus filhos
Seja Feliz.
POEMINHA SENTIMENTAL
O meu amor, o meu amor, Maria
É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vêm pousar as andorinhas...
De vez em quando chega uma
E canta
(Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora.
A última que passou
Limitou-se a fazer cocô
No meu pobre fio de vida!
No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
As andorinhas é que mudam.
O meu amor, o meu amor, Maria
É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vêm pousar as andorinhas...
De vez em quando chega uma
E canta
(Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora.
A última que passou
Limitou-se a fazer cocô
No meu pobre fio de vida!
No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
As andorinhas é que mudam.
O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o príncipio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.
quarta-feira, 18 de julho de 2012
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA INCLUSÃO E DIVERSIDADE
Sinopse:
Muitas vezes, não sabemos o que fazer quando recebemos alunos com necessidades educacionais especiais. Como educá-los? Como incluí-los? Este livro, direcionado ao trabalho docente, resulta de experiências pedagógicas em sala de aula. Busca responder a essas questões, bem presentes no cotidiano escolar. Propiciar uma práxis inclusiva é reconhecer que a inclusão refere-se, em sua essência e legitimidade, a toda a educação. É relevante a compreensão de que os alunos adquirirem identidade própria. Todos nós possuímos traços particulares que, ao mesmo tempo, nos distinguem e nos aproximam; características indissociáveis da condição humana, que devem fazer parte das ações educativas, na construção de uma escola para a diversidade.
Autor: EUGÊNIO CUNHA | ||||||
Editora: WAK EDITORA - 160 páginas | ||||||
ISBN: 978-85-7854-158-3 | ||||||
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Gestão da Inovação - Joe Tidd - 3a Edição, Editora Bookman.
Falando sobre Qualidade
Um assunto em pauta nos dias de hoje no mercado corporativo é sem dúvida nenhuma a Qualidade. Ao longo do tempo, o conceito de Qualidade evoluiu, sendo hoje tratada como um diferencial competitivo.
:
Por André Benachio
Um assunto em pauta nos dias de hoje no mercado corporativo é sem dúvida nenhuma a Qualidade. Ao contrário do que possamos pensar, a ideia da qualidade, apesar de ter-se desenvolvido plenamente nas últimas décadas, não é recente.
Em seu livro Em direção ao “Zero Defeito” na empresa, Douchy afirma que a noção de qualidade é antiga, apresentando 2 citações de séculos anteriores.
A primeira delas, retirada do Manual de participação nos lucros, distribuído pela Michelin a seus funcionários no ano de 1898. A segunda citação é atribuída a Colbert, datando de 1664.
‘A atenção dedicada por todo operário ao seu trabalho é um elemento essencial para prosperidade da usina’. (DOUCHY, 1992, p. 25)
‘Se nossas fábricas impuserem, através de esforços repetidos, a qualidade superior de nosso produtos, os estrangeiros julgarão se vantagem aprovisionar-se na França e seu dinheiro afluirá ao Reino.’ (DOUCHY, 1992, p. 26).
Atualmente, o Japão é reconhecido pela qualidade de seus produtos, sendo visto como líder neste setor. Esta “fama” é resultado de investimento e aplicação de conceitos da qualidade. Porém, esta não foi sempre a realidade da indústria Japonesa.
Há alguns anos, o Japão encontrava grande dificuldade para comercializar seus produtos, pois os consumidores preferiam produtos de qualidade conhecida, caso de produtos americanos, alemães e suíços, visto que os produzidos no Japão, apresentavam defeitos tão logo eram adquiridos.
OS professores W. E. Deming e J. M. Juran, forneceram os princípios para que o Japão pudesse ocupar, com base na qualidade de seus produtos, posições importantes nos mais diversos setores, como componentes eletrônicos, automobilístico, computadores, construção naval, entre outros.
Em menos de 20 anos, os produtos Japoneses se espalharam pelo mercado americano e o europeu.
Segundo Douchy (1992), os japoneses iniciaram pela formação dos níveis mais altos. Depois, a formação estendeu-se a todos os ramos de empresas, a todos os níveis hierárquicos e áreas, integrando a qualidade nas mais diversas atividades realizadas.
Assim, até atingir o indivíduo, o exemplo parte do topo passando nível por nível de forma metódica. Esta abordagem tornou-se eficaz.
Mudanças no conceito de qualidade
Uma característica marcante que imperou na área administrativa por muitos anos foi a de que, como seres humanos, somos imperfeitos. Assim, nada mais normal do que nossa imperfeição se refletir negativamente nas tarefas que desempenhamos. Neste contexto, permite-se uma porcentagem de erro (ARAÚJO, 2007).
Conforme Araújo (2007), na década de 50, as organizações pouco se importavam com os clientes que consumiam seus produtos, tidos como um grupo homogêneo, com necessidades e desejos iguais. Este pensamento é até compreensível já que a variedade de produtos disponíveis era pequena.
Porém, com o advento de novas tecnologias, o avanço das telecomunicações proporcionou uma maior troca de informações, atrelada ao aumento da concorrência oferecendo produtos cada vez melhores, podendo os clientes comparar dentre os produtos oferecidos por diversas organizações, o de melhor qualidade. Como consequência, o foco das organizações passou de simples preocupação com a produtividade para atender a demanda, para o cliente.
A globalização acentuou este fenômeno. A queda das barreiras territoriais permitiu que produtos melhores produzidos em determinado país, fossem consumidos em outro, superando a distância. A ideia de que produtos melhores eram cada vez mais bem aceitos pelos consumidores, passou então a fazer parte da realidade das empresas. Inicialmente a preocupação foi em desenvolver técnicas para assegurar a conformidade do produto produzido aos requisitos. Em seguida, a visão da qualidade passou a integrar-se aos mais diversos setores de uma organização.
Segundo Picchi (1993), a Gestão da Qualidade tem evoluído, passando de uma visão corretiva, baseada na inspeção (identificação de inconformidade), a visões mais modernas, baseadas em prevenção.
Em geral os conceitos e metodologias da gestão da qualidade foram desenvolvidos em setores de transformação, como mecânica e eletrônica. A Construção Civil apresenta uma defasagem em relação à utilização destes conceitos e metodologias, resultando em problemas de qualidade, baixa produtividade e elevados índices de desperdício.
A qualidade tem sido vista como um fator de competitividade das empresas, progredindo de maneira diferenciada, tanto em países quanto empresas de diferentes ramos de atuação.
No Brasil, apesar de notáveis avanços, encarar a qualidade como um fator de competitividade está apenas no inicio. Em empresas de médio porte por exemplo, diversas são as dificuldades enfrentadas para implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade, apesar de já termos diversas que possuem uma certificação na área da qualidade. Mas isso será assunto para as próximas publicações.
Referências Bibliográficas
Douchy, Jean-Marie. Em direção ao “Zero Defeito” na empresa. São Paulo: Editora Atlas S.A., 1992. 189 p.
PICCHI, Flávio Augusto. Sistemas da qualidade na construção de edifícios. 1993. 24 p. Boletim (Técnico) – Departamento de Engenharia de Construção Civil, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1993. Disponível em: . Acesso em: 18 set. 2009.
ARAUJO, Luiz Cesar G. de. Organizações Sistemas e Métodos e as Tecnologias de Gestão Organizacional. 3º Edição. São Paulo: Editora Atlas, 2007. 331 p
http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/falando-sobre-qualidade/64862/
O papel empreendedor no sistema de gestão da qualidade
Este artigo tem por finalidade descrever o papel do representante da direção, referente ao atendimento de requisito na NBR ISO 9001, bem como apresentar de forma geral características empreendedoras no indivíduo que gerencia todo o sistema de gestão da qualidade.
1. INTRODUÇÃO
Devido ao grande desenvolvimento tecnológico e a melhor distribuição desses recursos entre as organizações percebemos que o grande diferencial das empresas passou a ser a administração da qualidade, sendo dentro desse contexto um diferencial competitivo, ou seja, a certificação ISO 9001 para o produto ou serviço como elemento fundamental para se gerar demanda no mercado, salientando que os processos de controle de qualidade foram desenvolvidos após o fim da segunda guerra mundial, notadamente no Japão onde existia um ambiente favorável para se testar ideias de controle de qualidade tendo como grandes ícones Deming, Ishikawa e Juran que através do trabalho desses autores podemos ainda utilizar ensinamentos no desenvolvimento de planejamento, execução e controle da qualidade com ênfase na abordagem por processo, interação dos mesmos e melhoria contínua.
Com o objetivo de desenvolver e implementar um sistema de gestão da qualidade a direção das organizações deve indicar um membro que, independente de outras responsabilidades deve gerenciar todo os sistema assegurando que todos os processos necessários estejam estabelecidos, implementados e mantidos, relatar à direção o desempenho e qualquer necessidade de melhoria no sistema, além de assegurar e promover a disseminação e conscientização dentre todos os membros da organização.
No entanto, percebemos que o primeiro passo no planejamento para implementação do sistema de gestão da qualidade que é a indicação do representante da direção já acontece com a finalidade de simplesmente atender requisito, na maioria das vezes a organização pensa no selo de qualidade ISO 9001 como produto de marketing.
Será que uma certificação ISO 9001 garante a qualidade do produto?
Para se obter sucesso não existe dúvida que a qualidade é uma condição fundamental para as empresas, nunca se falou tanto de qualidade no Brasil podemos atribuir esse fenômeno ao fato da abertura de mercado, a globalização e a concorrência com os produtos importados, daí a busca avassaladora pela certificação ISO 9001, no passado a qualidade estava atrelada à produção o mercado da indústria predominava as certificações, com o passar do tempo os conceitos de qualidade evoluíram, inclusive nos padrões ISO que hoje direciona para a gestão da empresa e o foco no cliente, abrangendo todos os conceitos consagrados de administrar corretamente uma empresa, numa visão moderna, combinando visão, cultura, recursos, estratégias e inovação, dentro dessa afirmativa surge o papel empreendedor dentro do sistema de gestão da qualidade.
2. RD COMO INDÍVIDUO EMPREENDEDOR
O RD (Representante da Direção) quando recebe o convite para ser o gestor do sistema de gestão da qualidade ele se depara com grandes desafios, dentre eles a resistência as mudanças, surgindo assim uma característica empreendedora, sair da zona de conforto e está propenso ao risco.
Mas, quem são os atores da resistência?
As pessoas são apontadas como a grande fonte de resistência, elas precisam ser sensibilizadas e motivadas a participar desse processo de transformação, novamente recai ao RD a atribuição de envolvê-las, para isso precisa desenvolver a liderança carismática. O RD precisa enxergar que o grande sucesso do sistema será atribuído a participação e o envolvimento das pessoas, ele não pode está sozinho, o sistema precisa ser planejado com base no que já existe na empresa, o desenho dos processos existentes devem ser mantidos vez que a norma ISO 9001 sinteticamente nos pede para dizer o que faz, escrever o que disse e está apto para demonstrar, nesse momento podemos fazer uma analogia com o Sistema Toyota de Desenvolvimento de Produto, onde fica evidente a interação entre pessoas, processos e tecnologia, explicando que a tecnologia deve se adequar as pessoas e processos existentes nunca o sentido inverso; para o sistema de gestão da qualidade a interação deve ser similar; o sistema de gestão da qualidade deve se adequar a cultura da organização.
Tendo o conhecimento dos requisitos da norma ISO 9001, o RD começa a enxergar que esse sistema não consiste simplesmente em um trabalho para obtenção de certificado, e sim como um sistema que nos reporta para uma forma moderna e racional de trabalho, passando a ser apontado como o grande administrador desse sistema; surgindo assim um turbilhão de ideias, assumindo maiores responsabilidades e riscos, precisando de agressividade e energia para implementar, estabelecer e manter o sistema.
O líder ou empreendedor, chamado de RD, faz a diferença para que as políticas de qualidade sejam bem implementadas porque ele deve compreender a necessidade de aprender novas habilidades e de adaptação a um novo contexto para estimular modificações no comportamento das pessoas, com o objetivo de além de motivá-las gerar resultados que beneficie a todos dentro e fora da organização, especialmente o de deixar aparecer as contribuições dos seus liderados, esse fato torna o contexto positivo para aplicações de melhorias e inovações.
O papel do RD consiste em sensibilizar a todos principalmente a direção da organização que a conquista do certificado é só um prêmio pelo trabalho realizado, e que a empresa deve melhorar e desenvolver continuamente os seus processos, tendo nas pessoas o principal patrimônio da organização, pois tudo se inicia, desenvolve e se conclui a partir delas (as pessoas), portanto o desempenho, o interesse e a participação delas é de vital importância para que o sistema seja bem sucedido, pois de nada adianta ter excelentes sistemas de planejamento e controle, estruturas arrojadas e equipamentos de alta performance se não existe o elemento que faz as coisas acontecerem.
Para se garantir a qualidade do produto os objetivos e processos devem está estabelecidos para gerar resultados de acordo com os requisitos dos clientes e com a política estabelecida pela organização; devem ser monitorados e medidos a fim de se promover ações para que se promova melhoria no desempenho dos processos. O RD precisa gerenciar diversas atividades interligadas e apresentar registros e evidências da aplicabilidade de valores agregados ao sistema que comprove a evolução do mesmo.
O pensamento deveria ser de normatizar para melhorar desempenho com foco no cliente, na melhoria contínua da organização, não se voltar absolutamente para a certificação, até porque o certificado tem prazo de validade, ou todo o esforço empregado se dará só nos momentos de auditoria? A viabilidade do negócio, a redução de custo, o melhor aproveitamento do capital intelectual deve ser sempre estudado e levado em consideração, precisamos desenvolver marcas centenárias, empresas sólidas apresentando qualidade nos seus produtos com a intenção de se sustentar no mercado.
Os métodos aplicados para fundamentação do tema proposto consiste no acompanhamento da implementação do sistema de gestão da qualidade em uma empresa do mercado imobiliário pernambucano que desde 2002 possui certificação ISO 9001, as mudanças foram evidentes, a transformação assustadora.
A empresa mencionada não tinha procedimentos específicos para a realização do serviço, foram escritas todos os procedimentos onde continha as funções, competências e habilidades de todos os membros da organização, a empresa foi dividida por processo, sendo estabelecido indicadores de desempenho para cada processo, a medida que as etapas de implementação eram concluídas percebemos que as pessoas iam se envolvendo cada vez mais, pois eram desenvolvidos programas e campanhas com o intuito de sensibilizar e comprometer as pessoas, inicialmente tudo estava voltado para um único momento a auditoria de certificação o que aconteceu com grau de excelência, na oportunidade não foi apontada nenhuma não conformidade.
No entanto, após a certificação passamos a observar que todos os registros gerados não estavam agregando valor ao negócio, e precisamos reestruturar todo o sistema percebemos que em primeiro lugar tínhamos que manter a cultura organizacional evidente, parafraseando James M. Morgan não seria o sistema enlatado que nos traria o sucesso, e sim as pessoas que desenvolvem esses sistemas. Vamos imaginar que só em atendermos os requisitos da norma ISO 9001 teríamos qualidade do produto ou serviço, seria óbvio e fácil de se conseguir sucesso e êxito nas organizações. Todos os indicadores no Brasil apontariam o sucesso absoluto para as organizações, no entanto o contexto que nos é apresentado difere totalmente desse pensamento, o que vemos são empresas que não conseguem se sustentar por mais de cinco anos.
Então o que fazer? Passamos a utilizar todas as ferramentas da qualidade como ferramentas de gestão, as decisões passaram a ser colegiadas, os membros desse colégio constituído por diretores e funcionários tinham direito a voto com mesmo peso de igualdade, a partir desse momento surgiu um verdadeiro sistema de gestão da qualidade, os demais membros passaram a figurar no cenário das decisões tendo no RD o líder e não o dono do sistema.
Os ganhos foram significativos, os clientes passaram a enxergar a qualidade na prestação do serviço, a direção mudou os funcionários mudaram; tudo mudou. Os registros deixaram de ser evidências para atendimento de requisitos e sim registros de correções, prevenções e de ações de melhorias.
O trabalho para se alcançar a maturidade do sistema de gestão da qualidade é enorme, todo o sistema é desenvolvido com base nas oportunidades de melhoria, essas medições devem acontecer periodicamente, as auditorias são fundamentais para a solidificação do sistema. O processo de auditoria pode ser considerado um dos mais ricos e o mais tenso para o RD é nessa etapa onde todo o trabalho desenvolvido será avaliado e as não conformidades que tanto nos preparamos para evitá-las devem ser enxergadas como a grande ferramenta de melhoria contínua, quando se alcança os resultados planejados conhece-se as razões objetivas para se empreender no sistema de gestão da qualidade, a realização, nada mais gratificante do que você ver o resultado do teu trabalho, provando a tua capacidade, mudando a tua visão sobre qualidade, passando a empregar qualidade também na tua vida.
Mas o sucesso para o RD não está garantido ele precisa está comprometido com a necessidade de sempre aprender, desenvolver ainda mais as suas habilidades, entender perfeitamente esse fenômeno chamado “empreendedorismo”, está atendo as evoluções, as tecnologias, as disfunções do comportamento humano, o ensinar a quem não sabe, a inovar quando do desenvolvimento de indicadores de desempenho de processo, e principalmente se tornar agente transformador dentro da organização.
3. CONCLUSÃO
Ao final do nosso trabalho podemos descrever algumas características empreendedoras que os RD’s devem possuir: autoconfiança, otimismo, persistência, resistência as frustrações, criatividade, habilidade de relacionamento, habilidade de equilibrar o sonho com a realização.
Saber que o sistema de gestão da qualidade é um modelo de gestão, a qualidade do produto ou serviço deve ser considerado a saída desse processo, não a entrada, entender que não adianta possuir um certificado de qualidade do produto se isso não agregar valor ao teu negócio e não traduz a realidade do teu negócio.
Ter em mente que tudo que fazemos consiste em um processo de aprendizagem e principalmente saber que nada é tão bom que não possa ser melhorado.
4. REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT, Rio de Janeiro. Normas ABNT sobre Sistema de Gestão da Qualidade. ISO 9001:2008.
BERNARDI, Luiz Antonio. Manual de Empreendedorismo e Gestão. 1ª ed., São Paulo: Ed. Atlas, 2010.
MORGAN, James M. e LIKER, Jeffrey K. Sistema Toyota de Desenvolvimento de Produto: integrando pessoas, processos e tecnologia, Porto Alegre: Ed. Artmed, 2008.
Para se obter sucesso não existe dúvida que a qualidade é uma condição fundamental para as empresas, nunca se falou tanto de qualidade no Brasil podemos atribuir esse fenômeno ao fato da abertura de mercado, a globalização e a concorrência com os produtos importados, daí a busca avassaladora pela certificação ISO 9001, no passado a qualidade estava atrelada à produção o mercado da indústria predominava as certificações, com o passar do tempo os conceitos de qualidade evoluíram, inclusive nos padrões ISO que hoje direciona para a gestão da empresa e o foco no cliente, abrangendo todos os conceitos consagrados de administrar corretamente uma empresa, numa visão moderna, combinando visão, cultura, recursos, estratégias e inovação, dentro dessa afirmativa surge o papel empreendedor dentro do sistema de gestão da qualidade.
2. RD COMO INDÍVIDUO EMPREENDEDOR
O RD (Representante da Direção) quando recebe o convite para ser o gestor do sistema de gestão da qualidade ele se depara com grandes desafios, dentre eles a resistência as mudanças, surgindo assim uma característica empreendedora, sair da zona de conforto e está propenso ao risco.
Mas, quem são os atores da resistência?
As pessoas são apontadas como a grande fonte de resistência, elas precisam ser sensibilizadas e motivadas a participar desse processo de transformação, novamente recai ao RD a atribuição de envolvê-las, para isso precisa desenvolver a liderança carismática. O RD precisa enxergar que o grande sucesso do sistema será atribuído a participação e o envolvimento das pessoas, ele não pode está sozinho, o sistema precisa ser planejado com base no que já existe na empresa, o desenho dos processos existentes devem ser mantidos vez que a norma ISO 9001 sinteticamente nos pede para dizer o que faz, escrever o que disse e está apto para demonstrar, nesse momento podemos fazer uma analogia com o Sistema Toyota de Desenvolvimento de Produto, onde fica evidente a interação entre pessoas, processos e tecnologia, explicando que a tecnologia deve se adequar as pessoas e processos existentes nunca o sentido inverso; para o sistema de gestão da qualidade a interação deve ser similar; o sistema de gestão da qualidade deve se adequar a cultura da organização.
Tendo o conhecimento dos requisitos da norma ISO 9001, o RD começa a enxergar que esse sistema não consiste simplesmente em um trabalho para obtenção de certificado, e sim como um sistema que nos reporta para uma forma moderna e racional de trabalho, passando a ser apontado como o grande administrador desse sistema; surgindo assim um turbilhão de ideias, assumindo maiores responsabilidades e riscos, precisando de agressividade e energia para implementar, estabelecer e manter o sistema.
O líder ou empreendedor, chamado de RD, faz a diferença para que as políticas de qualidade sejam bem implementadas porque ele deve compreender a necessidade de aprender novas habilidades e de adaptação a um novo contexto para estimular modificações no comportamento das pessoas, com o objetivo de além de motivá-las gerar resultados que beneficie a todos dentro e fora da organização, especialmente o de deixar aparecer as contribuições dos seus liderados, esse fato torna o contexto positivo para aplicações de melhorias e inovações.
O papel do RD consiste em sensibilizar a todos principalmente a direção da organização que a conquista do certificado é só um prêmio pelo trabalho realizado, e que a empresa deve melhorar e desenvolver continuamente os seus processos, tendo nas pessoas o principal patrimônio da organização, pois tudo se inicia, desenvolve e se conclui a partir delas (as pessoas), portanto o desempenho, o interesse e a participação delas é de vital importância para que o sistema seja bem sucedido, pois de nada adianta ter excelentes sistemas de planejamento e controle, estruturas arrojadas e equipamentos de alta performance se não existe o elemento que faz as coisas acontecerem.
Para se garantir a qualidade do produto os objetivos e processos devem está estabelecidos para gerar resultados de acordo com os requisitos dos clientes e com a política estabelecida pela organização; devem ser monitorados e medidos a fim de se promover ações para que se promova melhoria no desempenho dos processos. O RD precisa gerenciar diversas atividades interligadas e apresentar registros e evidências da aplicabilidade de valores agregados ao sistema que comprove a evolução do mesmo.
O pensamento deveria ser de normatizar para melhorar desempenho com foco no cliente, na melhoria contínua da organização, não se voltar absolutamente para a certificação, até porque o certificado tem prazo de validade, ou todo o esforço empregado se dará só nos momentos de auditoria? A viabilidade do negócio, a redução de custo, o melhor aproveitamento do capital intelectual deve ser sempre estudado e levado em consideração, precisamos desenvolver marcas centenárias, empresas sólidas apresentando qualidade nos seus produtos com a intenção de se sustentar no mercado.
Os métodos aplicados para fundamentação do tema proposto consiste no acompanhamento da implementação do sistema de gestão da qualidade em uma empresa do mercado imobiliário pernambucano que desde 2002 possui certificação ISO 9001, as mudanças foram evidentes, a transformação assustadora.
A empresa mencionada não tinha procedimentos específicos para a realização do serviço, foram escritas todos os procedimentos onde continha as funções, competências e habilidades de todos os membros da organização, a empresa foi dividida por processo, sendo estabelecido indicadores de desempenho para cada processo, a medida que as etapas de implementação eram concluídas percebemos que as pessoas iam se envolvendo cada vez mais, pois eram desenvolvidos programas e campanhas com o intuito de sensibilizar e comprometer as pessoas, inicialmente tudo estava voltado para um único momento a auditoria de certificação o que aconteceu com grau de excelência, na oportunidade não foi apontada nenhuma não conformidade.
No entanto, após a certificação passamos a observar que todos os registros gerados não estavam agregando valor ao negócio, e precisamos reestruturar todo o sistema percebemos que em primeiro lugar tínhamos que manter a cultura organizacional evidente, parafraseando James M. Morgan não seria o sistema enlatado que nos traria o sucesso, e sim as pessoas que desenvolvem esses sistemas. Vamos imaginar que só em atendermos os requisitos da norma ISO 9001 teríamos qualidade do produto ou serviço, seria óbvio e fácil de se conseguir sucesso e êxito nas organizações. Todos os indicadores no Brasil apontariam o sucesso absoluto para as organizações, no entanto o contexto que nos é apresentado difere totalmente desse pensamento, o que vemos são empresas que não conseguem se sustentar por mais de cinco anos.
Então o que fazer? Passamos a utilizar todas as ferramentas da qualidade como ferramentas de gestão, as decisões passaram a ser colegiadas, os membros desse colégio constituído por diretores e funcionários tinham direito a voto com mesmo peso de igualdade, a partir desse momento surgiu um verdadeiro sistema de gestão da qualidade, os demais membros passaram a figurar no cenário das decisões tendo no RD o líder e não o dono do sistema.
Os ganhos foram significativos, os clientes passaram a enxergar a qualidade na prestação do serviço, a direção mudou os funcionários mudaram; tudo mudou. Os registros deixaram de ser evidências para atendimento de requisitos e sim registros de correções, prevenções e de ações de melhorias.
O trabalho para se alcançar a maturidade do sistema de gestão da qualidade é enorme, todo o sistema é desenvolvido com base nas oportunidades de melhoria, essas medições devem acontecer periodicamente, as auditorias são fundamentais para a solidificação do sistema. O processo de auditoria pode ser considerado um dos mais ricos e o mais tenso para o RD é nessa etapa onde todo o trabalho desenvolvido será avaliado e as não conformidades que tanto nos preparamos para evitá-las devem ser enxergadas como a grande ferramenta de melhoria contínua, quando se alcança os resultados planejados conhece-se as razões objetivas para se empreender no sistema de gestão da qualidade, a realização, nada mais gratificante do que você ver o resultado do teu trabalho, provando a tua capacidade, mudando a tua visão sobre qualidade, passando a empregar qualidade também na tua vida.
Mas o sucesso para o RD não está garantido ele precisa está comprometido com a necessidade de sempre aprender, desenvolver ainda mais as suas habilidades, entender perfeitamente esse fenômeno chamado “empreendedorismo”, está atendo as evoluções, as tecnologias, as disfunções do comportamento humano, o ensinar a quem não sabe, a inovar quando do desenvolvimento de indicadores de desempenho de processo, e principalmente se tornar agente transformador dentro da organização.
3. CONCLUSÃO
Ao final do nosso trabalho podemos descrever algumas características empreendedoras que os RD’s devem possuir: autoconfiança, otimismo, persistência, resistência as frustrações, criatividade, habilidade de relacionamento, habilidade de equilibrar o sonho com a realização.
Saber que o sistema de gestão da qualidade é um modelo de gestão, a qualidade do produto ou serviço deve ser considerado a saída desse processo, não a entrada, entender que não adianta possuir um certificado de qualidade do produto se isso não agregar valor ao teu negócio e não traduz a realidade do teu negócio.
Ter em mente que tudo que fazemos consiste em um processo de aprendizagem e principalmente saber que nada é tão bom que não possa ser melhorado.
4. REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT, Rio de Janeiro. Normas ABNT sobre Sistema de Gestão da Qualidade. ISO 9001:2008.
BERNARDI, Luiz Antonio. Manual de Empreendedorismo e Gestão. 1ª ed., São Paulo: Ed. Atlas, 2010.
MORGAN, James M. e LIKER, Jeffrey K. Sistema Toyota de Desenvolvimento de Produto: integrando pessoas, processos e tecnologia, Porto Alegre: Ed. Artmed, 2008.
The Children of Huang Shi – As Crianças de Huang Shi
Existem pessoas que passam pela vida se queixando de que não tiveram a sorte de ter as melhores oportunidades do mercado. Outras, parecem desperdiçar estas mesmas oportunidades – na maioria das vezes, porque não estão atentas a elas. Mas existe ainda um tipo de pessoa – nesta vastidão de tipos que existe – que busca e cria suas próprias oportunidades. E quando consegue o que quer, não se importa de mudar de caminho e descobrir algo completamente novo e extraordinário. A história de uma destas últimas pessoas é o fio condutor do filme The Children of Huang Shi. Ambientado na China a partir de 1937, quando o país, dividido entre nacionalistas e comunistas era invadido pelo Japão, este filme nos conta o drama real de um grupo de crianças e jovens órfãos que nos dá um exemplo de vida, de determinação, bravura e trabalho. Um belo trabalho – que entra para o seleto grupo de bons filmes “baseados em uma história real”.
A HISTÓRIA: Conforme esclarecem as linhas iniciais de The Children of Huang Shi, a China foi dividida por guerras civis na década de 1930. Para piorar o quadro, o Japão invade o país e ocupa grande parte de seu território, deixando intocado o centro de Shangai. Em 1937, quando começa a narrativa do filme, os japoneses tinham iniciado os ataques a Nanjing (distante pouco mais de mil quilômetros de Beijing/Pequim), então capital do país. A imprensa internacional não tem permissão para chegar perto da zona invadida. Neste contexto, o jovem repórter inglês George Hogg (Jonathan Rhys Meyers) têm a sorte de conhecer, em uma academia de Shangai, ao motorista da Cruz Vermelha Andy Fisher (Matt Walker). Prestes a se casar, em dezembro daquele ano, Fisher será enviado para Nanjing – um local de alta periculosidade. Se passando por ele, Hogg consegue ir para a zona proibida para repórteres. Ali, Hogg se depara com as piores cenas de barbárie que havia visto na vida e conhece, depois de quase ser assassinado, ao líder da resistência Chen Hansheng (conhecido também como Jack, interpretado por Yun-Fat Chow) e a enfermeira Lee Pearson (Radha Mitchell).
VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a The Children of Huang Shi): Como eu disse lá no início, existem diferentes tipos de atitudes das pessoas em relação às oportunidades. O escritor e jornalista norte-americano Orison Swett Marden, que viveu de 1850 a 1924, certa vez escreveu algo que se encaixa perfeitamente no exemplo contado pelo filme The Children of Huang Shi: “Não espere por oportunidades extraordinárias. Agarre ocasiões comuns e as faça grandes. Homens fracos esperam por oportunidades; homens fortes as criam”. O jornalista enfocado pelo competente roteiro de Jane Hawksley, James MacManus e Simon van der Borgh (que não aparece nos créditos) cria as suas oportunidades. Ele consegue, com bons argumentos e jogo de cintura, se infiltrar na cobiçada cidade de Nanjing – zona de conflito que era um dos grandes assusntos para o jornalismo no final dos anos 1930.
Generoso, ele não apenas cria uma oportunidade para si mesmo, mas também para os colegas de profissão Barnes (David Wenham) e Eddie Wei (Ping Su), este último um conhecido fotógrafo da United Press. Mas como ocorre na maioria dos casos da vida real, os planos de George Hogg devem ser mudados radicalmente, pelo menos por um período. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Depois de presenciar e registrar algumas cenas de extrema brutalidade protagonizadas pelo Exército japonês, Hogg é apanhado e, milagrosamente, salvo pelo grupo de comunistas liderado por Chen Hansheng. Mas seus companheiros de profissão não tem a mesma sorte – e Hogg é atingido quando reage ao extermínio de Barnes e Wei. Depois de ser medicado por Lee Pearson, ele deve passar por um período de recuperação. Pearson sugere a Hansheng que Hogg, que não sabe falar chinês, vá para Huang Shi, um local isolado no noroeste da China.
Em Huang Shi o jornalista inglês ávido por “contar a verdade” sobre o que acontecia na China invadida por japoneses se encontra com um grupo de crianças e jovens órfãos. Quando George Hogg chega por ali, o local está uma bagunça. Abandonado, sem energia elétrica ou luz, com os órfãos infestados de piolhos e sem comida – apenas alguns grãos cheios de traças. Sem esperar, Hogg encontra no local a oportunidade de conhecer a “China profunda”, ou seja, de se familiarizar com seu idioma, seus costumes e a maneira de seu povo respeitar a natureza, a vida e os mortos. O jornalista abandona, pouco a pouco, suas idéias de “fazer a diferença” em uma grande proporção, como o seria o caso de escrever reportagens dignas de prêmios e que revelassem ao mundo o que acontecia na China, para fazer a diferença em uma pequena escala. E que diferença!
Em Huang Shi o protagonista encontra muitas realidades diferentes em cada criança. Mas para simplificar estas diferenças, os roteiristas escolheram dois personagens que acabam tendo um maior destaque na história: Liu Shi-Kai (Guang Li) e Yu-Lin (Shimin Sun). O primeiro encarna o “revoltado”, o rebelde da turma. Depois de assistir a morte de toda a família, ele se refugiou em Huang Shi e assumiu, por sua própria conta, o papel de líder dos garotos – até a chegada de Hogg. Filho de um ex-funcionário do governo, ele fala inglês fluentemente e se considera um tanto “superior” aos demais garotos que vivem por ali. Como contraponto de sua postura um tanto “arrogante” temos a Yu-Lin, um garoto simples, esforçado e interessado que acaba aprendendo inglês com Hogg e, por intercâmbio, ensinando chinês para o jornalista.
O roteiro desta produção tenta abrigar todos os gêneros, do humor até o romance e a aventura. Mas, sem dúvida, a sua maior vocação narrativa é o drama (inclusive o de guerra). O incrível desta história é que ela passa por muitos altos e baixos, mas sem perder a capacidade de nos surpreender. Quando acreditamos que já vimos tudo sobre a capacidade de superação dos “meninos adotados por Hogg”, o protagonista nos surpreende com uma aventura que poderia ser classificada como suicida ou de pura loucura. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Como os depoimentos de sobreviventes daquela época atestam, quando esta produção termina – um detalhe bem bacana inserido pelos produtores do filme -, o grupo realmente conseguiu percorrer a longa distância entre Huang Shi e Shandan, cidade próxima ao Deserto de Gobi (ou seja, em direção à fronteira com a Mongólia). Impressionante!
Assim como é impressionante todo o cuidado deste filme com os detalhes. Um grande trabalho do diretor Roger Spottiswoode. Ele consegue, na mesma proporção, filmar um take complicado cheio de figurantes, como são as cenas que revelam o deslocamento humano de chineses expulsos de suas casas ou o movimento de tropas nacionalistas pelo país; na mesma medida em que registra com precisão uma sequência intimista, que demanda firmeza interpretativa de seus protagonistas. Além disto, as paisagens da China poucas vezes foram tão bem exploradas por uma equipe de filmagens liderada por profissionais de fora do país. O diretor de fotografia Xiaoding Zhao, que como o nome sugere, é chinês, ajudou de forma decisiva para que os melhores takes fossem registrados por Spottiswoode – impressionante, em especial, a qualidade técnica das cenas noturnas. Outro ingrediente fundamental para o filme é a belíssima e clássica, assim como empolgante, trilha sonora de David Hirschfelder.
NOTA: 9.
OBS DE PÉ DE PÁGINA: Eis um grande filme. Com poucos efeitos especiais – que praticamente ficam imperceptíveis de tão bem feitos e por terem sido inseridos na história de forma precisa – e com várias mudanças de direção, The Children of Huang Shi conta um drama humano pouco conhecido por nós, ocidentais. Como bem revela um dos sobreviventes no final do filme, a aventura daquele grupo ficou conhecida, posteriormente, como “a longa marcha em miniatura”. Esse título faz referência a Longa Marcha liderada por Mao Tse-tung entre 1934 e 1935, na qual o Exército Vermelho conseguiu romper com as quatro linhas do cerco feito pelos nacionalistas (mais informações neste texto).
Outra característica fundamental desta história é o seu tom pacifista. Fica evidente a intenção dos roteiristas em contar a trajetória de um estrangeiro que insistiu em uma conduta da paz – assim como outros nomes citados por ele em certa parte do filme – ao invés da simples e normalmente desastrosa conduta da represália. O interessante deste ponto é que, mesmo vindo de uma família pacifista, o protagonista chega a pensar em empunhar armas e/ou incentivar o revide em certo momento da história. Mas logo ele percebe que o caminho é outro. Curiosa também a escolha dos roteiristas por mostrar uma conduta “benéfica” de um estrangeiro na China – que é conhecida por sua resistência ao que vem “de fora”.
Interessante que George Hogg foi inspirado pelo livro A Estrada da Seda (no original, The Silk Road), obra que narra a aventura de Marco Polo pelo território chinês no século 13 e que foi presenteada pela comerciante Mrs. Wang (a sempre perfeita Michelle Yeoh) para o jornalista inglês. Depois de ler esta obra Hogg teve a idéia de “subir a Estrada da Seda”, que atinge alturas de 3 mil metros e que, normalmente, está cercada por neve. Durante dois meses Hogg e os demais percorreram essa rota complicada para chegarem a um local seguro para aquelas crianças e jovens. Aqui algumas informações a mais sobre a Rota da Seda.
Para mim, The Children of Huang Shi é o exemplo de um filme que trata de muitos assuntos em pouco tempo e que, ainda assim, mantêm uma certa qualidade narrativa do início ao fim. Mesmo não estando em evidência, assuntos como a rivalidade (e a união ocasional e interesseira) entre nacionalistas e comunistas; a escassez de alimentos e medicamentos em um país gigantesco e atacado de múltiplas maneiras; e a dependência de muitas pessoas ao jogo e ao ópio são citados na história. Junto à exposição dos grandes deslocamentos de chineses na época e à alguma citação sobre corrupção e o extermínio de civis, estes elementos traçam um interessante quadro do que acontecia na China naquele momento histórico – pouco antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial.
Uma curiosidade: Chen Hansheng, personagem interpretado pelo sempre ótimo Yun-Fat Chow, é considerado uma lenda pelo atual governo comunista chinês. Neste texto é possível saber um pouco mais sobre as razões que fazem ele ser um tanto que “endeusado” pelos comunistas.
Procurando sobre as cidades citadas no Google Maps e traçando a rota entre Huang Shi (Hwangshih) e Shandan (Zhangye), que teriam sido os pontos de partida e chegada do grupo de George Hogg, descobri que eles percorreram, no total, mais de 2 mil quilômetros. E que a distância entre Lanzhou e Shandan é de 511 quilômetros – um trajeto que, ainda hoje, demora quase cinco horas para ser percorrido de carro. Isso explica o que aconteceu no final do filme.
Para os interessados em mais detalhes sobre aquele período da história da China, deixo aqui alguns textos: este resume a guerra entre japoneses e chineses, entre 1937 e 1941; este outro, da Deutsche Welle, conta como foi formada a “segunda frente unida”, que colocou do mesmo lado (ainda que de forma capenga) comunistas e nacionalistas chineses em 1937.
Gostei dos atores de The Children of Huang Shi, ainda que eu ache que Jonathan Rhys Meyers pareça algumas vezes um tanto perdido no papel de George Hogg. Mas isso ocorre poucas vezes, especialmente no início do filme – como na sequência em que ele conhece a Chen Hansheng. Os demais, especialmente as crianças, estão muito bem em seus papéis. Gostei, especialmente, do trabalho carismático das atrizes Michelle Yeoh e Radha Mitchell.
Vale citar o trabalho do editor Geoffrey Lamb; a direção de arte inspirada e complexa de Xin Ming Huang e Peta Lawson; e o figurino de Kym Barrett e Wenyan Gao.
Produzido pela Austrália, pela China e pela Alemanha, The Children of Huang Shi teria custado US$ 40 milhões e arrecadado, nos Estados Unidos, pouco mais de US$ 1 milhão. Uma diferença brutal. Na China, o filme arrecadou pouco mais de 11,8 milhões de Yuan Chinês (algo em torno de US$ 5,9 milhões). Uma pena que o filme tenha ido tão mal nos cinemas.
The Children of Huang Shi foi indicado a três prêmios em 2008 e 2009: dois em categorias técnicas e um para o jovem talento de Guang Li. Mas a produção não ganhou nenhum deles.
O filme também não foi muito bem nas críticas que recebeu. Os usuários do site IMDb deram a nota 6,9 para esta produção, enquanto que os críticos que tem textos publicados no Rotten Tomatoes lhe dedicaram 49 textos negativos e apenas 22 positivos – o que lhe garante uma aprovação de 31%. O crítico John Anderson comentou, na Newsday, por exemplo, que The Children of Huang Shi se sairia melhor como uma produção televisiva, especialmente porque, ao ser narrado de forma cronológica, ele não tem a duração necessária para se aprofundar nas nuances, na exatidão e no desenvolvimento emocional que a história exige.
Concordo com a crítica Claudia Puig, do USA Today, quando ela comenta neste texto que o filme perde parte de sua força quando aposta muitas de suas fichas em possíveis histórias de amor ao invés de mostrar de maneira mais cuidadosa as peculariedades dos costumes chineses. Ela está certa neste ponto. Puig ainda afirma que o roteiro transforma muitos diálogos em algo artificial, especialmente a idéia de “você tem que dizer ao mundo o que está acontecendo aqui”, que cai como um verdadeiro clichê. Neste ponto ela está certa, ainda que o filme não se resuma a estes clichês.
O projeto de The Children of Huang Shi demorou oito anos para ser filmado. O produtor Wieland Schultz-Keil, um dos responsáveis por viabilizar este projeto, fez o seguinte comentário nas notas de produção do filme: “Eu gostei imediatamente da história porque ela tem, como pano-de-fundo, um evento histórico, em primeiro plano uma história de amor e, em algum lugar no meio disso, a história da jornada de um grupo de crianças liderada por um homem extraordinário”. Isso comprova que os romances retratados pela história eram planejados pelos roteiristas para estar em evidência desde o início.
Lendo ainda as notas de produção do filme descobri que Yun-Fat Chow foi o primeiro ator a aderir ao projeto. Outro que entrou no filme logo no início foi o protagonista Jonathan Rhys Meyers. Curioso que ele não quis viajar para a China para conhecer a fundo os costumes locais. Preferiu chegar ao país repetindo os passos de “estranhamento, deslocamento e excitação” sentidos por Hogg em sua chegada no país asiático.
A atriz Michelle Yeoh entrou no projeto porque guardava boas lembranças do trabalho anterior com o diretor canadense e porque se interessou pela personagem de Madame Wang. “Ela era (uma pessoa) tão típica na China – naqueles tempos turbulentos, uma viúva tentando sobreviver mesmo indo contra todas as possibilidades”, resumiu a atriz.
Segundo as notas de produção do filme, o papel de Shi-Kai demandou uma pesquisa por jovens atores a nível mundial. Foram feitos testes em Toronto, Vancouver, na América e em Londres, antes de que os produtores encontrassem ao estudante Guang Li em Sydney, na Austrália. Aproximadamente 1 mil jovens passaram por testes para este papel.
Curioso que fez parte desta produção cerca de 300 profissionais chineses, mais 15 ocidentais e ainda uma dúzia de tradutores. Grande parte do trabalho da equipe necessitou do trabalho de tradutores. O diretor Spottiswoode explica um pouco deste processo: “Você realmente é mudo e surdo e isso é complicado. Foi mais difícil que em qualquer outro país em que eu já estive. Tudo foi feito através de tradutores e, depois de vários meses, essa experiência acaba sendo bem desgastante”. O ator Rhys Meyers disse que essas dificuldades com o idioma lhe auxiliaram para construir o seu personagem.
Outra curiosidade desta produção é que ela foi, literalmente, filmada de trás para a frente. Ou seja: a equipe começou filmando as cenas em Shandan para, no final, registrar as cenas correspondentes a Shangai. Isso ocorreu, segundo as notas de produção, devido a logística das locações e a agenda do pessoal que participou do filme.
CONCLUSÃO: Um filme complexo, cheio de subtemas e com um perfil de superprodução que acaba conseguindo seu propósito de envolver o espectador em uma história edificante e pacifista. Com uma fotografia e uma trilha sonora belíssimas, The Children of Huang Shi nos transporta para o interior da China dos anos 1930. Na tentativa de enquadrar todos os gêneros, da comédia até o romance, passando pelo drama e pela guerra, o roteiro erra um pouco a mão ao apostar fichas demais ao sugerir romances entre quatro dos protagonistas. Narrada de maneira pausada, esta produção dirigida pelo canadense Roger Spottswoode conta, em pouco mais de duas horas, a história que se propõe, com tempo ainda para tocar nos temas importantes da China naquela época. Como “plus” nesta narrativa, ainda somos convidados a refletir parte dos questionamentos existenciais do protagonista e a contemplar a beleza das paisagens chinesas. O problema é que possivelmente essa vocação do filme para “abraçar” todos os aspectos da história é justamente o que faz com que ele emocione, mas menos do que poderia, tendo como material bruto a ser explorado uma história tão bonita. De qualquer forma, por todos seus aspectos, The Children of Huang Shi é destes filmes que apenas acrescentam.
http://moviesense.wordpress.com/2009/08/06/the-children-of-huang-shi-as-criancas-de-huang-shi/
a boa sorte
primeira regra
A sorte não dura muito tempo, pois não depende de você. A boa sorte é criada por você, por isso dura para sempre.
segunda regra
Muitos são os que querem ter a boa sorte, mas poucos os que decidem buscá-la.
terceira regra da boa sorte
Se você não tem a boa sorte agora, talvez seja porque está sob as circunstâncias de sempre. Para ela chegar, é conveniente criar novas circunstâncias.
quarta regra
Preparar as condicções favoráveis para a boa sorte não significa buscar somente o benefício para si mesmo. Criar as condições nas quais outros também ganham atrai a boa sorte.
quinta regra
Se você deixar para amanhã o trabalho que precisa ser feito, a boa sorte talvez nunca chegue. Criar as condições favaráveis requer dar um primeiro passo. Faça isso hoje mesmo.
sexta regra
Às vezes, mesmo que as condições favoráveis estejam aparentemente presentes, a boa sorte não chega. Procure nos pequenos detalhes o que for aparentemente desnecessário mas imprescindível.
sétima regra
Para quem só acredita no acaso, criar as condições favoráveis parece absurdo. Para quem se dedica a criar as condições favoráveis, o acaso não é motivo de preocupação.
oitava regra
Ninguém pode vencer a sorte. A boa sorte não se compra. Desconfie dos vendedores a sorte.
nona regra
Após criar todas as condições favoráveis, tenha paciência, não desista. Para alcançar a boa sorte, tenha confiança.
décima regra
Para criar a boa sorte é preciso preparar as condições favoráveis para as oportunidades. as oportunidades, porém, não dependem de sorte ou de acaso: elas estão sempre presentes!
Se criar a boa sorte é criar condições favoráveis, a boa sorte depende unicamente de você. A partir de hoje, você também pode criar a boa sorte!
terça-feira, 17 de julho de 2012
"Sou o que quero ser, porque possuo apenas uma vida e nela
só tenho uma chance de fazer o que quero.
Tenho felicidade o bastante para fazê-la doce
dificuldades para fazê-la forte,
Tristeza para fazê-la humana e
esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas
elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos" Clarice Lispector
segunda-feira, 16 de julho de 2012
quinta-feira, 12 de julho de 2012
Coldplay lança história em quadrinhos
A história de Mylo Xyloto, álbum lançado pelo Coldplay, em outubro de 2011, será revelada com o lançamento da primeira parte de uma série de seis livros em quadrinhos, na Comic-Con, em San Diego. O disco atingiu o topo das paradas em 34 países e vendeu mais de seis milhões de cópias no mundo inteiro.
A história de Mylo Xyloto foi criada e escrita pelo Coldplay ao lado do diretor e roteirista indicado ao Oscar, Mark Osborne (Kung Fu Panda, Bob Esponja – o filme), e será publicada por Matt Groenings, da célebre Bongo Comics Group. Os quadrinhos terão seis partes e serão lançados mensalmente a partir de fevereiro de 2013. A série estará disponível para pré-venda, em breve, através do site oficial da banda.
“Há três anos, tivemos a idéia, junto ao nosso amigo Mark Osborne, sobre um personagem chamado Mylo Xyloto (‘Xylo’ como em xylofone – xilofone; e ‘to’ como ‘toe’ (dedo do pé). Gradualmente, a história e o universo de Mylo acabaram fornecendo um cenário para o álbum e turnê. Agora estamos orgulhosos de anunciar que no próximo ano a história vai sair em quadrinhos, em seis partes. Esperamos que vocês gostem. Foi divertido fazer isso”, contou a banda em seu site oficial, Coldplay.com.
Para Mark Osborne, “os quadrinhos são a última expressão de um filme musical animado que a banda e eu começamos a desenvolver há vários anos, é a história de Mylo Xyloto, um silenciador jovem, que está na linha de frente da guerra contra o som e a cor do mundo de Silencia. Mylo descobre que o inimigo que ele foi treinado para odiar por toda a sua vida pode não ser o inimigo no final das contas. Espero que haja muitas, muitas conexões das pessoas que ouviram o álbum com os quadrinhos. Estou mais do que emocionado com a forma com que a história se desenvolveu.”
A primeira edição de Mylo Xyloto estará disponível, com uma exclusiva capa variante, na edição desse ano da Comic-Con International, em San Diego, de 12 a 15 de julho. Na sexta-feira, 13 de julho, a equipe de produção por trás de quadrinhos participará de um painel para discutir a série e depois estará disponível para autógrafos na área oficial. A quantidade limitada da edição exclusiva vai ser disponibilizada através da loja no Coldplay.com.
http://www.dropmusic.com.br/index.php/ultimas-noticias/6961-coldplay-lanca-historia-em-quadrinhos
Quando nos engajamos...
Quando nos engajamos num trabalho que usa nosso talento e alimenta nossa paixão – que surge de uma grande necessidade do mundo que nossa consciência nos chama a atender -, é ali que estão nossa voz, nossa vocação, o código de nossa alma. Franklin Covey
quarta-feira, 11 de julho de 2012
Querer na vida
Querer é mais que poder
Querer é acreditar antes de tudo em você
Querer é o primeiro passo para conquistar algo.
Tudo na vida é difícil quando queremos que seja difícil
Nada na vida é fácil porque queremos que seja fácil.
Não adianta ser vítima ou vilão
Na vida tudo vai e volta
Tudo gira como um pião.
São os dias, horas ,minutos dos detalhes
que fazem sempre a diferença
Não precisamos de regras nem padrões de felicidade
Para ver que a vida é um presente não uma sentença.
Querer é acreditar antes de tudo em você
Querer é o primeiro passo para conquistar algo.
Tudo na vida é difícil quando queremos que seja difícil
Nada na vida é fácil porque queremos que seja fácil.
Não adianta ser vítima ou vilão
Na vida tudo vai e volta
Tudo gira como um pião.
São os dias, horas ,minutos dos detalhes
que fazem sempre a diferença
Não precisamos de regras nem padrões de felicidade
Para ver que a vida é um presente não uma sentença.
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Pedaços literários: Nas montanhas de buda
Símbolo dessa cultura tibetana foi o gesto de um garoto de cerca de 12 anos que, naquele dia, pega no chão um rifle abandonado por um policial em fuga. Em vez de atirar contra os homens de farda, o rapaz segura a arma pelo cano, martelando-a no chão até espattifá-la. Séculos de filosofia budista, essencialmente baseada na paz, cravaram na mente dos tibetanos a ideia de que as armas não devem ser utilizadas contra o inimigo, mas destruídas.
Usando várias camadas de roupas para amortecerem as pancadas que, com certeza, vão levar [...] conseguem gritar: "Vida longa ao dalai-lama! Viva ao Tibete livre".
"Por mais brutal e violenta que seja, a repressão não poderá calar a voz da justiça e da liberdade", declara o dalai-lama em seu refúgio do outro lado das montanhas ...
[...] ... nunca esquecerei o rosto de meus pais.Ó jóia de sabedoria!Meu país não foi vendido, foi roubado...
A iluminação é o ideal para todos os tibetanos, assim como para Kinsom. [...] "O despertar", disse-lhe o monge amigo, "não pode ser ensinado. Mas, o caminho que leva à verdade sim. É por isso que o ensinamento tem um lugar tão importante na vida dos budistas".
"Foi horrível. [...] 'Você 'não é mais religiosa, disse um deles. 'Você não é mais do que um lixo'. Ele tinha razão, de certa forma. Eu era um farrapo, um monte de carne ensaguentada... [...] Não eram mais seres humanos, nem animais, eram máquinas." [...] não podiam estuprar minha alma. Lembrei-me dos ensinamentos que recebera e entendi que era isso o que importava. [...] Eu poderia então seguir o caminho do darma até a perfeição, além do nirvana, até a iluminação."
No discurso de Buda não existe um Deus redentor, um poder sobre-humano nem uma promessa de uma ajuda sobrenatural. Misericordiosos protetores, eles não curaram o mundo da dor, nem se libertaram dela. Apenas o homem pode lutar contra o sofrimento e vencê-lo por seus proprios meios. [...] Pela força do espírito,cada um pode alcançar sua mais intima essência, transcender as muta~ções e a morte, e assim seguir sua natureza do universo."
O holocausto do tibete é o resultado de uma luta desigual entre a força bruta daqueles que detêm o poder público e o protesto pacífico de um povo profundamente religioso. A determinação desse povo de se libertar por meios não violentos tranforma seu combate em um ato único no mundo.A felicidade está em cada um, e se cultiva na paz interna, onde se encontra o espírito. [...]
Os chineses não conseguiram quebrá-la. Sobreviveu ao frio, às sessões de reeducação, ao roubo de sangue... [...] sente-se mais tibetana e budista do que nunca. [...] Vestirá o hábito, raspará a cabeça e voltará a ser o que era antes.
[...] Naquele momento não sente mais cansaço, pelo contrário. Envolta no canto dos pássaros e no cheiro dos zimbros, ela tem a impressão de repousar no centro do universo, de se fundir à vida primordial da criação. Sim, é possível sair do campo de batalha que é a existência humana, vencer o medo da morte e do sofrimento. Acaba tendo certeza disso nesse instante de felicidade eterna e fugaz, em que seu corpo, seu espírito e a natureza formam um todo. O batimento que ouve não é do seu coração cansado, mas o do coração do mundo.[...]
Chegando a um desfiladeiro de montanhas de altitude média, eles cruzam um chorten, pequeno amontoado de pedras enfeitado com bastonetes e pedaços de tecido, com uma abertura para as oferendas. As "bandeiras da prece" flutuando ao vento trazem sorte aos viajantes que atravessam o desfiladeiro pela primeira vez.[...] Segundo a crença, o vento, ao fazê-las flutuar, leva aos quatro cantos do universo a benção das preces. Os tibetanos as chamam "cabelo ao vento", porque lembram a crina de cavalos galopando.
Com o produto da venda do ouro e da prata do Palácio de Potala [...] Tenzin Gyatso criara o Fundo de Caridade do dalai-lama para promover a reconstrução cultural tibetana. [...] Do mesmo modo que as longas cerimônias e a pompa haviam sido descartadas, o teatro, a ópera, a literatura, a medicina e a religião eram incentivadas, assim todas como todas as profissões que pudessem ajudar os refugiados a ganhar decentemente a vida: pintura, trabalho em bronze, arquitetura, marcenaria e tecelagem de tapetes. [...] Três décadas depois, ele hospedaria cerca de três mil monges ocupados apenas em manter viva a memória do budismo tibetano, como a chama das lamparinas de óleo que o vento não consegue apagar.
De sua infância, ela guarda a lembrança de execução de dois tios, que eram monges. Durante a época mais repressiva, mexer os lábios em sinal de prece já era o suficiente para ser acusado de dissidência e submetido a cruéis sessões de thamzing. Quem sabe tenha sido a estrita proibição de rezar e acender lamparinas a óleo que a levou a se tornar religiosa? [...] No alto país das nevez, o espírito lutava desesperadamente para sobreviver, e essa luta enraizava-se na consciência das novas gerações.
Refugiar-se nas lembranças da infância ainda é uma maneira de resistir ao frio glacial. De manhã, Kinsom e Yandol acordam sem saber se estão vivas ou mortas. A cada nova partida, essas viajantes, ao deixarem para trás sua cama de pedra, têm a impressão de cumprir mais uma etapa rumo à liberadade.
Deitadas perto das portas abertas, de onde se vê a colina verde do Templo de Swayambu, as monjas descansam, acalentadas por um sentimento de segurança que não experimentavam desde a infância. [...]
Finalmente, uma manhã, sentem-se prontas. com o dinheiro da venda da jaqueta ao comerciante xerpa, compram dez metros de tecido cor de vinho e dois xales de lã da mesma cor. Voltam depressa ao centro de acolhimento, tiram as calças, as camisas e malhas, e poêm de volta o hábito. Dali em diante têm a impressão de estar em casa.
'Quando nos recolhemos lentamente para dentro de nós, alcançamos o sentimento de paz que existe em nosso íntimo. Temos todos nós esse desejo profundo, embora ele esteja frequentemente escondido, mascarado.'
O que os homens procuram? Durante suas inumeráveis viagen, ele os vê percorrerem o mundo de carro, avião, trem-bala... Mas com que finalidade? Consomem sem parar, mas estão sempre famintos. [...] parecem ter tudo para serem felizes, mas que, no entanto, são profundamente insatisfeitos. Vivem com medo, sob tensão, sempre insaciáveis, sempre inquietos, perderam contato com a sua mais profunda dimensão, que é também a mais agradável e a mais fecunda [...] Se os homens são incapazes de alcançar a paz interior... como sonhar com a paz entre as nações?
Quando o pássaro de ferro voar,
Quando os cavalos galoparem sobre rodas
O povo de Bodh se dispersará pelo mundo, como formigas,
E o drama chegará ao continente do homem vermelho.
'No budismo, a reencarnação da alma não é o que explica o ciclo eterno das mortes e dos nascimentos. O importante é a força viva, ou energia vital, nutrida pelos desejos e paixões de toda uma vida. São essas paixões e esses desejos que produzem, depois do desaparecimento do corpo, outra combinação de forças e energia. Em cada nova existência, essa combinação mantém em si a soma das ações das vidas anteriores de cada indivíduo. A verdadeira espiritualidade é ser consciente dessa interdependência de tudo e de todos. Então, o pensamento, a palavra ou a ação mais insignificante tem consequência para o universo inteiro, assim como, quando lançamos uma pedra na água, as ondas se juntam umas às outras para formar novas ondas. Percebemos então que cada um é responsável pelo que faz, diz ou pensa.'
Enquanto o universo existir
e enquanto houver seres vivos,
que eu também possa perdurar
para acabar com a miséria do mundo...
domingo, 8 de julho de 2012
Três coisas não se jogam fora na França: pães, livros e livrarias
Enquanto livrarias fecham as portas pelo resto do mundo, na França aumentam não só o número de lojas, como também o de livros vendidos. A receita? Impostos e juros menores para o setor e controle de preços dos livros eletrônicos
The New York Times - Elaine Sciolino
Os franceses, como sempre, insistem em ser diferentes. Enquanto livrarias independentes fecham nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha e em muitos outros países, o mercado livreiro francês está se saindo bem. A França ostenta 2.500 livrarias e, para cada livraria de bairro que fecha, outra parece abrir. Entre 2003 e 2011, a venda de livros no país cresceu 6,5%.
"Livros são vivos e nós damos muitas vidas a eles", dizem organizadores da feira de troca de livros que acontece uma vez por mês ao sul de Montmartre, em Paris
Na França, a venda de livros eletrônicos representa somente 1,8% do mercado editorial enquanto que, nos EUA, eles somam 6,4% do total. A França tem uma reverência secular por páginas impressas.
"Tem duas coisas que não se jogam fora na França: pão e livros", disse Bernard Fixot, proprietário e editor da XO, pequena editora dedicada a lançar best-sellers. "Na Alemanha, o status social criativo mais importante é dedicado ao músico. Na Itália, ao pintor. Quem é o criador mais importante na França? É o escritor."
Uma razão mais atraente é a intervenção do Estado. No mundo livreiro que fala inglês, o livre mercado reina; na França, ele é dominado pela fixação de preços.
Livraria La Hune, em Paris: crédito com juros reduzidos e isenção de impostos para área considerada "de guerrilha"
Desde 1981, a "lei Lang", batizada em referência ao seu promotor, Jack Lang, então ministro da cultura, fixou preços para livros em francês. Os livreiros não podem – nem mesmo a Amazon – dar descontos superiores a cinco% do preço definido pela editora, embora a Amazon tenha lutado e ganhado o direito de entregá-los gratuitamente.
Ano passado, enquanto os editores franceses assistiam horrorizados aos livros eletrônicos roubarem o mercado do livro impresso nos EUA, eles tiveram sucesso ao conseguir que o governo também fixasse o preço da versão digital. Agora, as editoras decidem o preço dos eletrônicos; outros descontos são proibidos.
Também existem instituições financiadas pelo governo que oferecem subsídios e empréstimos sem juros a futuros proprietários de livrarias.
O contraste entre o destino das livrarias de língua francesa e inglesa pode ser visto em Paris hoje em dia.
Em julho, depois de 30 anos de funcionamento, fechará a principal livraria de língua inglesa de Paris. Durante uma geração, autores como David Sedaris, Susan Sontag, Raymond Carver e Don DeLillo proferiram conferências e fizeram leituras na loja, Village Voice, numa das ruas mais chiques de St.-Germain-des-Pres.
"Quando Stephen Spender falou, Mary McCarthy estava na plateia", Hazel Rowley escreveu num ensaio de 2008 sobre a livraria. "Certa noite, Edmund White apresentou Jonathan Raban, contando com Bruce Chatwin entre os ouvintes." Todavia, a Village Voice não conseguiu sobreviver aos grandes descontos da Amazon e dos vendedores de livros eletrônicos.
O espectro da perda pairava numa festa realizada em 16 de junho, quando centenas de simpatizantes se acotovelaram pela loja e se espalharam na rua estreita para lamentar seu passamento.
"Quero que saibam que foi um privilégio recebê-los para se sentar comigo no meu apertado e sombrio gabinete nos fundos da livraria, para bater papo, falar acerca de livros, do trabalho, da vida", afirmou Odile Hellier, fundadora e proprietária. "Sentirei falta desses momentos com carinho e somente posso esperar que venha a existir outro gabinete pequeno e sombrio no qual possa me sentar e trocar ideias, e tudo o mais."
Talvez seja numa livraria de língua francesa como a L'Usage du Monde, do outro lado da cidade, no centro do enobrecido bairro do 17º Arrondissement, a qual vai celebrar seu primeiro aniversário em agosto.
Os donos, Katia e Jean-Philippe Perou, receberam subsídios do Centro Nacional do Livro, do Ministério da Cultura, da prefeitura de Paris e um empréstimo sem juros de um grupo com o desajeitado nome de Associação para o Desenvolvimento da Livraria da Criação.
"Não poderíamos ter aberto a livraria sem os subsídios recebidos", disse Perou. "E não poderíamos sobreviver agora sem os preços fixos."
Além das aparências, existem as previsões de que a França somente está atrasando o inevitável e que, cedo ou tarde, as forças do mercado vão prevalecer. Apesar do apelo da livraria de bairro, 13% dos livros franceses foram comprados pela internet em 2011.
Um acordo que o Google anunciou, em junho, com a Associação das Editoras Francesas e a Société des Gens de Lettres, um grupo de escritores deve permitir que as editoras ofereçam versões digitais de suas obras para o Google vender. Até agora, a venda dos livros digitais na França e em boa parte da Europa foi retardada em parte por causa das disputas pelos direitos.
"Estamos numa época de exploração, tentativa e erro, de experimentação", escreveu Bruno Racine, presidente da biblioteca nacional do país, no livro de 2011, "Google et le Nouveau Monde". "Muitos cenários são previstos. Certamente, o menos provável é o da resistência vitoriosa do livro de papel."
Um estudo de 59 páginas do Ministério da Cultura, de março, fez recomendações para retardar o declínio das vendas de livros impressos, como limitar o aumento do aluguel das livrarias, fundos de emergência para livreiros oriundos do setor livreiro e uma maior cooperação entre o segmento e o governo.
"Tocar uma livraria é um esporte de combate", conclui o relatório.
Uma operação minúscula determinada a preservar o livro impresso é o Circul'livre.
No terceiro domingo de todo mês, a organização ocupa uma esquina da Rue des Martyrs, ao sul de Montmartre. Um pequeno grupo de aposentados classifica livros usados por tema e os exibe em engradados abertos.
Infográfico: Livros que você deve ler para ficar rico
Os livros não estão à venda. Os clientes simplesmente pegam quantos livros desejarem desde que aceitem um código de honra informal de não vender nem destruir sua generosidade. Eles são convidados a deixar exemplares antigos, num sistema que mantém o estoque abastecido.
"Livros são coisas vivas", disse Andrée Le Faou, uma das organizadoras voluntárias, enquanto agarrava a biografia em três volumes do rei Henrique IV. "Eles precisam ser respeitados, amados. Nós lhes damos muitas vidas."
http://economia.ig.com.br/empresas/comercioservicos/2012-07-05/tres-coisas-nao-se-jogam-fora-na-franca-paes-livros-e-livrarias.html
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