terça-feira, 3 de julho de 2012

Nas folhas do chá: O segredo das cartas chinesas


Gabriela mora no Rio de Janeiro, tem treze anos e sua avó está doente. He Juhua mora em Pequim, tem a mesma idade e seu avô também não está nada bem. As duas meninas não se conheciam até que Gabi decide escrever uma carta endereçada a uma casa de chá chinesa em busca de ajuda para o mal de sua avó. He Juhua é quem responde e as duas meninas começam a trocar uma correspondência emocionante e curiosa, substituindo, logo de início, o envelope pela rapidez do e-mail. As diferenças entre o Brasil e a China, a medicina alopata e a chinesa tradicional, o namoro na década de 50 e nos dias de hoje são alguns dos temas dessas conversas. Elas ainda vão descobrir uma misteriosa ligação entre as duas.

As autoras deste livro – uma brasileira e outra chinesa – também não se conheciam quando criaram esta delicada história, ao longo de intensa troca de e-mails. Nas folhas do chá abre a coleção Quatro Mãos, idealizada por Flávia Lins e Silva para que nosso jovem leitor possa entrar em contato com escritores e ambientes de outras culturas. O próximo título fará uma ponte entre Brasil e África.
Editora: Zahar
ano: 2011

É uma história juvenil adorável, leve, delicada e contada através das cartas, mensagens de msn e e-mails que as duas protagonistas trocam. Nas correspondências, elas trocam confidências, medos, acabam descobrindo pensamentos e gostos comuns e criando um vínculo de amizade muito forte mesmo estando muito distantes.
A troca de informações entre ambas também é cultural diante da curiosidade de saberem sobre cada país, os hábitos e costumes, culinária, geografia, história, religião, medicina, etc.  
- Às vezes, em noites quentes de verão como esta, eu fecho os olhos e consigo sentir o perfume das flores do Brasil. Tenho a impressão de que serei transportado de volta para aquele país quentíssimo. É como se eu nunca o tivesse deixado...
Fechei os olhos e um perfume de flor veio até mim, mas era de jasmim, de um jasmim aqui perto. Fico imaginando que tipo de fragrância meu avô deve ter sentido há tantos anos, quando esteve com sua avó Dália.
- Quando a gente envelhece, percebe que certas coisas são importantes e outras não... - meu avô recomeçou a dizer, olhando para mim, com um olhar suave e cheio de vida. [...]
- Às vezes nós vivemos para o passado, e não para o futuro - continuou meu avô.
        Há em tudo o que fazemos
        Uma razão singular:
        É que não é o que queremos.
        Faz-se porque nós vivemos,
        e viver é não pensar.
Se alguém pensasse na vida,
morria de pensamento.
Por isso a vida vivida
é essa coisa esquecida
entre um momento e um momento.

Mas nada importa que o seja
ou que até deixe de o ser:
Mal é que a moral nos reja,
bom é que ninguém nos veja;
Entre isso fica viver.
Fernando Pessoa citado por Gabi - In: Nas folha do chá
 Para conhecer mais: www.falvialinsesilva.com
 

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