quarta-feira, 18 de julho de 2012

Falando sobre Qualidade

Um assunto em pauta nos dias de hoje no mercado corporativo é sem dúvida nenhuma a Qualidade. Ao longo do tempo, o conceito de Qualidade evoluiu, sendo hoje tratada como um diferencial competitivo.


Um assunto em pauta nos dias de hoje no mercado corporativo é sem dúvida nenhuma a Qualidade. Ao contrário do que possamos pensar, a ideia da qualidade, apesar de ter-se desenvolvido plenamente nas últimas décadas, não é recente.
Em seu livro Em direção ao “Zero Defeito” na empresa, Douchy afirma que a noção de qualidade é antiga, apresentando 2 citações de séculos anteriores.
A primeira delas, retirada do Manual de participação nos lucros, distribuído pela Michelin a seus funcionários no ano de 1898. A segunda citação é atribuída a Colbert, datando de 1664.
‘A atenção dedicada por todo operário ao seu trabalho é um elemento essencial para prosperidade da usina’. (DOUCHY, 1992, p. 25)
‘Se nossas fábricas impuserem, através de esforços repetidos, a qualidade superior de nosso produtos, os estrangeiros julgarão se vantagem aprovisionar-se na França e seu dinheiro afluirá ao Reino.’ (DOUCHY, 1992, p. 26).
Atualmente, o Japão é reconhecido pela qualidade de seus produtos, sendo visto como líder neste setor. Esta “fama” é resultado de investimento e aplicação de conceitos da qualidade. Porém, esta não foi sempre a realidade da indústria Japonesa.
Há alguns anos, o Japão encontrava grande dificuldade para comercializar seus produtos, pois os consumidores preferiam produtos de qualidade conhecida, caso de produtos americanos, alemães e suíços, visto que os produzidos no Japão, apresentavam defeitos tão logo eram adquiridos.
OS professores W. E. Deming e J. M. Juran, forneceram os princípios para que o Japão pudesse ocupar, com base na qualidade de seus produtos, posições importantes nos mais diversos setores, como componentes eletrônicos, automobilístico, computadores, construção naval, entre outros.
Em menos de 20 anos, os produtos Japoneses se espalharam pelo mercado americano e o europeu.
Segundo Douchy (1992), os japoneses iniciaram pela formação dos níveis mais altos. Depois, a formação estendeu-se a todos os ramos de empresas, a todos os níveis hierárquicos e áreas, integrando a qualidade nas mais diversas atividades realizadas.
Assim, até atingir o indivíduo, o exemplo parte do topo passando nível por nível de forma metódica. Esta abordagem tornou-se eficaz.
Mudanças no conceito de qualidade
Uma característica marcante que imperou na área administrativa por muitos anos foi a de que, como seres humanos, somos imperfeitos. Assim, nada mais normal do que nossa imperfeição se refletir negativamente nas tarefas que desempenhamos. Neste contexto, permite-se uma porcentagem de erro (ARAÚJO, 2007).
Conforme Araújo (2007), na década de 50, as organizações pouco se importavam com os clientes que consumiam seus produtos, tidos como um grupo homogêneo, com necessidades e desejos iguais. Este pensamento é até compreensível já que a variedade de produtos disponíveis era pequena.
Porém, com o advento de novas tecnologias, o avanço das telecomunicações proporcionou uma maior troca de informações, atrelada ao aumento da concorrência oferecendo produtos cada vez melhores, podendo os clientes comparar dentre os produtos oferecidos por diversas organizações, o de melhor qualidade. Como consequência, o foco das organizações passou de simples preocupação com a produtividade para atender a demanda, para o cliente.
A globalização acentuou este fenômeno. A queda das barreiras territoriais permitiu que produtos melhores produzidos em determinado país, fossem consumidos em outro, superando a distância. A ideia de que produtos melhores eram cada vez mais bem aceitos pelos consumidores, passou então a fazer parte da realidade das empresas. Inicialmente a preocupação foi em desenvolver técnicas para assegurar a conformidade do produto produzido aos requisitos. Em seguida, a visão da qualidade passou a integrar-se aos mais diversos setores de uma organização.
Segundo Picchi (1993), a Gestão da Qualidade tem evoluído, passando de uma visão corretiva, baseada na inspeção (identificação de inconformidade), a visões mais modernas, baseadas em prevenção.
Em geral os conceitos e metodologias da gestão da qualidade foram desenvolvidos em setores de transformação, como mecânica e eletrônica. A Construção Civil apresenta uma defasagem em relação à utilização destes conceitos e metodologias, resultando em problemas de qualidade, baixa produtividade e elevados índices de desperdício.
A qualidade tem sido vista como um fator de competitividade das empresas, progredindo de maneira diferenciada, tanto em países quanto empresas de diferentes ramos de atuação.
No Brasil, apesar de notáveis avanços, encarar a qualidade como um fator de competitividade está apenas no inicio. Em empresas de médio porte por exemplo, diversas são as dificuldades enfrentadas para implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade, apesar de já termos diversas que possuem uma certificação na área da qualidade. Mas isso será assunto para as próximas publicações.
Referências Bibliográficas
Douchy, Jean-Marie. Em direção ao “Zero Defeito” na empresa. São Paulo: Editora Atlas S.A., 1992. 189 p.
PICCHI, Flávio Augusto. Sistemas da qualidade na construção de edifícios. 1993. 24 p. Boletim (Técnico) – Departamento de Engenharia de Construção Civil, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1993. Disponível em: . Acesso em: 18 set. 2009.
ARAUJO, Luiz Cesar G. de. Organizações Sistemas e Métodos e as Tecnologias de Gestão Organizacional. 3º Edição. São Paulo: Editora Atlas, 2007. 331 p
http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/falando-sobre-qualidade/64862/

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