terça-feira, 13 de novembro de 2012

Inovação e competitividade: O perfil das entidades formadoras e empregadoras

por Mónica Morais de Brito
(Diretora executiva do Sines Tecnopolo)



Na senda da última crónica e acrescentando mais um tópico de reflexão sobre a temática da inovação e competitividade em recursos humanos, surge o segundo ato de uma trilogia que pretende dar um contributo para a análise de uma dimensão primordial da nossa economia, em todo e qualquer tempo, mas sobretudo no atual contexto.

O conceito de perfil de competências não se esgota no capital humano, sendo extensível também às organizações e neste caso particular, às entidades formadoras e empregadoras, na certeza de que o desempenho destas condiciona largamente as competências dos indivíduos e o seu processo de construção, nomeadamente num contexto de inovação.

Para que os recursos humanos não constituam um constrangimento ao desenvolvimento das organizações e das unidades territoriais, para que os investimentos beneficiem as populações locais, é necessário que as entidades formadoras construam o seu próprio perfil de competências inovador, contribuindo eficientemente para a construção dos perfis de competências dos ativos e dos futuros profissionais. Trata-se de um processo que deverá ocorrer nas entidades públicas e nas privadas, nas que ministram formação de cariz académico, de nível básico, secundário e superior, e nas que atuam ao nível da formação profissional.

O perfil de competências das entidades formadoras deverá integrar competências comunicacionais, que garanta uma ligação efectiva com as entidades empregadoras e com as suas homólogas, materializada na construção de perfis profissionais inovadores e adequados em tempo útil. Para além destas, traduzidas no trabalho em rede, no levantamento de necessidades de formação, no benchmarking, é necessário que na cultura organizacional imperem valores como o intra empreendedorismo, a criatividade e inovação, que permita antecipar a mudança, através de uma actuação pró-activa. O modelo de formação deve ser dinâmico e aberto, possibilitando a introdução de novas variáveis na constituição de cada plano de formação e consequentemente, permitindo a adequação às necessidades do mercado, de forma a desenvolver as competências académicas, psicossociais e técnicas próprias dos diferentes perfis profissionais.

Por outro lado, as entidades empregadoras devem privilegiar o investimento em capital humano qualificado, a comunicação eficiente com as entidades formadoras, viabilizante da detecção rigorosa de necessidades de formação e a predisposição para a actualização do processo de produção de bens e serviços, deverão ser consequência de uma visão estratégica, que facilita igualmente a identificação de novas oportunidades de negócio. Apenas uma actuação concertada e inovadora por parte destas organizações, as formadoras e as empregadoras, centrada num circuito de interacção dinâmico e flexível poderá garantir ao futuro as competências necessárias ao sucesso.
http://www.setubalnarede.pt/content/index.php?action=articlesDetailFo&rec=18257
Mónica Morais de Brito
  

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