Lançamento será dentro da programação do projeto Sempre um papo
Gracie Santos - EM Cultura
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Em O tigre na sombra, seu novo romance, a escritora preserva o que há de melhor em sua literatura: é poética na prosa e constrói frases curtas e profundas, o que permite que ela vá direto ao ponto. Dizer muito em tempo breve, com graça e sem afetação. São apenas 128 páginas para serem lidas de uma sentada, mas que ficarão reverberando muito tempo depois, já que os personagens provocam inevitáveis identificações. O livro será lançado hoje, às 19h30, no auditório da Cemig, com a presença de Lya Luft, convidada do projeto Sempre um papo.
Os personagens de Lya não nascem prontos, vão se estruturando enquanto ganham vida. “Claro que mando no livro, posso criar o que quiser, matar... Mas há um momento em que tenho que escutar algo que vem do meu interior...” Se Dôda é diferente por ter uma perna mais curta, Lya Luft sabe bem o que é isso. “Tive um problema no quadril, que antes não me incomodava, agora incomoda. Sei como é chato ter uma coisa que limita você. Quando era menina, não brincava de boneca; quando adolescente, gostava de ler os clássicos gregos, alemães, nem o namoradinho sabia disso. Todos temos nossas diferenças”, analisa. CONTOS DE FADA Lya Luft tem consciência de que Dôda acabou sendo personagem em defesa do diferente, contra preconceitos, mesmo que não tenha pretendido isso. “No fundo, somos todos iguais, temos nossa perna mais curta. E se formos conhecer histórias reais vamos ver casos até piores do que as ficções”, afirma. A volta ao romance (a ficção mais recente foram os contos de O silêncio dos amantes, de 2008, que ganhou montagem de sucesso no teatro), ela conta, não foi planejada. “Não sei, parece que o vento sopra quando quer. Nunca forço, não faço qualquer pressão. Tem que ter um pouco de fantasia, quero que a história me fascine por alguma razão qualquer”. Não por acaso, O tigre na sombra é um romance ao mesmo tempo impactante e fascinante. COM TODAS AS LETRAS Lya Luft começou sua carreira literária em 1980, aos 41 anos, com a publicação do romance As parceiras. Entre os destaques de sua obra, A asa esquerda do anjo (1981); O quarto fechado (1984); Exílio (1987); A sentinela (1994); O rio do meio (1996, Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes); O ponto cego (1999); Histórias do tempo (2000); Mar de dentro (2002); Perdas & ganhos (2003); Pensar é transgredir (2004); o volume de poesias Para não dizer adeus (2005) e O silêncio dos amantes (2008).Já verteu para o português obras de autores consagrados como Virginia Woolf, Günter Grass, Thomas Mann e Doris Lessing. O tigre na sombra Lançamento do livro de Lya Luft. HNesta terça-feira, às 19h30, com bate-papo com a autora, no projeto Sempre um Papo. Auditório da Cemig, Av. Barbacena, 1.200, Santo Agostinho. Informações: (31) 3261-1501 e sempreumpapo.com.br
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